Comentário de A. R. Fausset
Amados – uma designação afetuosa com a qual ele chama a atenção quanto a um assunto importante.
todo espírito – que se apresenta na pessoa de um profeta. O Espírito da verdade e o espírito do erro falam pelos espíritos dos homens como seus instrumentos. Existe apenas um Espírito da verdade, e um do Anticristo.
provai (“examinem”, NVI; “avaliai”, A21) se os espíritos são da parte de Deus. Todos os crentes devem fazer isso: não apenas a liderança eclesiástica. Até mesmo a mensagem de um anjo deve ser avaliada pela palavra de Deus: muito mais ensinamentos de homens, por mais santos que os mestres possam parecer. [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
conhecereis o Espírito de Deus – ou seja, se ele está ou não naqueles mestres que professam ser movidos por Ele.
todo espírito – isto é, todo mestre que revindica inspiração pelo ESPÍRITO SANTO.
confessa – ou seja, afirma categoricamente em seus ensinos.
que Jesus Cristo veio em carne. Uma dupla verdade confessa que Jesus é o Cristo, e que Ele veio em carne (“vestido de carne”: não com uma mera humanidade aparente, como os docetas depois ensinaram). Ele era, portanto, anteriormente, algo muito acima da carne. Sua carne implica Sua morte para nós, pois somente assumindo carne poderia Ele morrer (pois, como Deus Ele não poderia, Hebreus 2:9-10,14,16); e sua morte implica seu AMOR por nós (Jo 15:13). Negar a realidade de Sua carne é negar Seu amor, e assim rejeitar a raiz que produz todo o amor verdadeiro por parte do crente (1João 4:9-11,19). [JFU, 1866]
Comentário de Adam Clarke
o (espírito) do anticristo. Todos os opositores da encarnação de Cristo e, consequentemente, de sua morte e ressurreição, e dos benefícios obtidos a partir disso.
do qual já ouvistes que virá (o Anticristo, veja 2João 1:7), e que já agora está no mundo – ou seja, já está trabalhando poderosamente entre judeus e gentios. [Clarke, 1832]
do que o que está no mundo – o Diabo: compare com 1João 3:10; Jo 8:44; 12:31.
Comentário de A. R. Fausset
Eles (os falsos profetas) do mundo – eles derivam seu espírito e ensinamento do mundo, “natureza não regenerada, governada e possuída por Satanás” (Alford).
o mundo os ouve (Jo 15:18-19). O mundo ama o que é seu. [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Nós – verdadeiros mestres de Cristo: em contraste com eles.
somos de Deus – e por isso falamos de Deus; em contraste com “falar do mundo” (1João 4:5).
conhece Deus – como seu Pai, sendo filho “de Deus” (1João 2:13-14).
ouve-nos. Compare com Jo 18:37: “Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz”.
Nisto (1João 4:2-6) – pela confissão, ou não confissão, de Jesus: pela recepção que nos é dada respectivamente por aqueles que conhecem Deus, e por aqueles que são do mundo, e não de Deus.
Espírito da verdade. O Espírito que vem de Deus e ensina a verdade.
espírito de erro. O espírito que vem de Satanás e seduz ao erro. [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
João retoma o tema principal (1João 2:29). O amor, a soma da justiça, é a evidência de nosso nascimento de Deus. O amor flui de um senso do amor de Deus. 1João 4:9 retoma 1João 3:16; 1João 5:13 retoma 1João 3:24. Ao mesmo tempo, 1João 4:7-21 está conectado com o contexto anterior, 1João 4:2 indicando a encarnação de Cristo, a grande prova do amor de Deus (1João 4:10).
Amados – uma designação apropriada para seu assunto, “amor”.
amor. Todo amor é de Deus, sua fonte; especialmente sua grande encarnação, Deus manifesto na carne. O Pai também é amor (1João 4:8). O Espírito Santo derrama o amor como seu primeiro fruto no coração (Romanos 5:5).
conhece a Deus – espiritualmente e experimentalmente. [JFU, 1866]
Comentário Dummelow
Deus é amor. O amor não é apenas um atributo de Deus, é Seu próprio Ser. Portanto, não ter amor é não ter Deus: compare com 1João 4:16. [Dummelow, 1909]
Comentário de A. R. Fausset
Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo – portanto, o Filho já existia antes. Caso contrário, também Ele não poderia ter sido a nossa vida (1João 4:9), nossa “propiciação” (1João 4:10), ou o nosso “Salvador” (1João 4:14). É a grande prova do amor de Deus, tendo ele enviado “Seu Filho unigênito, para que pudéssemos viver por meio Dele”, que é a Vida e que redimiu nossa vida perdida; é também o grande motivo para o nosso amor mútuo. [JFU, 1866]
Compare com Romanos 3:25, “Deus apresentou Jesus como sacrifício pelo pecado (propiciação), com o sangue que ele derramou, mostrando assim sua justiça em favor dos que creem. No passado ele se conteve e não castigou os pecados antes cometidos,” (NVT).
Comentário de A. R. Fausset
O amor de Deus por nós é o grande motivo para nosso amor mútuo (1João 3:16).
se Deus assim nos amou – ou seja, se admitimos que Deus enviou seu filho.
também nós devemos amar uns aos outros. Como nascidos de Deus, e portanto parecidos com o nosso Pai, que é amor. Na medida em que apreciamos o amor de Deus por nós, nós O amamos e também os irmãos, filhos (pela regeneração) do mesmo Deus, representantes do Deus invisível. [JFU, 1866]
Comentário Dummelow
o amor dele em nós – ou seja, nosso amor a Ele. Se amamos uns aos outros, temos provas tanto de Sua presença conosco e de nosso amor por Ele. [Dummelow, 1909]
Comentário de A. R. Fausset
O sinal que nos é dado da morada de Deus em nós, embora não O vejamos, é isto, que Ele nos deu “do Seu Espírito” (1João 3:24). Onde está o Espírito, lá está Deus. UM Espírito habita na Igreja: cada crente recebe uma medida “do” Espírito na proporção em que Deus julga adequada. O amor é Seu primeiro fruto (Gálatas 5:22). Somente em Jesus o Espírito habitou sem medida (Jo 3:34). [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
E vimos – principalmente nós, apóstolos, as testemunhas oculares designadas por Cristo para testemunhar os fatos que lhe dizem respeito. A evidência interna da habitação do Espírito (1João 4:13) é corroborada pela evidência externa das testemunhas oculares do fato do Pai ter “enviado o Filho para ser o Salvador do mundo”. [JFU, 1866]
confessar (de uma vez por todas) que Jesus é o Filho de Deus – e portanto “o Salvador do mundo” (1João 4:14).
quem está no amor está em Deus. Com isso, João não quis dizer que qualquer pessoa que ame algo ou alguém vive em Deus. João tinha em mente o tipo de amor que ele afirmou por toda a carta: o amor dentro da comunidade cristã. [Genebra, 2009]
Comentário Dummelow
Nisto o amor é aperfeiçoado em nós – isto é, na dupla comunhão mencionada no versículo anterior.
como ele é, assim somos nós neste mundo. Nós, tal como estamos neste mundo, somos como Cristo, que compartilha da nossa natureza humana. O senso de semelhança com Ele nos dá confiança. [Dummelow, 1909]
Comentário de A. R. Fausset
O medo não tem lugar no amor. A confiança (1João 4:17), baseada no amor, não pode coexistir com o medo. O amor que, quando aperfeiçoado, dá confiança, lança fora o medo (compare com Hebreus 2:14-15). A morte propiciatória de Cristo foi designada para libertar dessa escravidão do medo.
o medo está relacionado ao castigo. O medo está sempre rondando a mente de que a punição é merecida. O medo, antecipando a punição (através da consciência de merecê-lo), tem mesmo agora o seu antegosto. O temor de ofender a Deus difere do medo escravo do castigo conscientemente merecido: este último é natural à todos nós, até que o amor o expulse. “As condições dos homens variam: um é sem medo e amor; outro, com medo sem amor; outro, com medo e amor; outro, sem medo com amor” (Bengel). [JFU, 1866]
Comentário do Púlpito
João afirma como um fato o que deveria ser um fato. “Nós, cristãos, não tememos, mas amamos. No entanto, isso não é honra para nós. Depois do amor de Deus em dar seu Filho por nós, seria impróprio não amar”. [Pulpit, 1895]
Comentário de A. R. Fausset
É mais fácil para nós, influenciados como somos pelos nossos sentidos, direcionar o amor para alguém dentro do alcance de nossos sentidos do que para o invisível, apreciável apenas pela fé. “A natureza é anterior à graça; e nós, por natureza, amamos as coisas vistas antes de amarmos coisas invisíveis” (Estius). “Os olhos são nossos guias no amor. Ver é um incentivo para amar” (Oecumenius). Se não amamos os irmãos, os representantes visíveis de Deus, como podemos amar a Deus, o invisível, de quem são os filhos? O verdadeiro ideal do homem, perdido em Adão, é realizado em Cristo, em quem Deus é revelado como Ele é, e o homem como ele deveria ser. Assim, pela fé em Cristo, aprendemos a amar tanto o verdadeiro Deus como o verdadeiro homem, e assim amar os irmãos como tendo a Sua imagem. [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Além do argumento (1João 4:20) do sentimento comum dos homens, ele acrescenta um mais forte do mandamento expresso de Deus (Mateus 22:39). Aquele que ama fará o que o objeto do Seu amor deseja. [JFU, 1866]
Visão geral de 1, 2 e 3 João
Nas cartas de João, “o autor chama seguidores de Jesus a participarem da vida e amor de Deus, dedicando-se a amarem uns aos outros”. Para uma visão geral deste livro, assista ao breve vídeo abaixo produzido pelo BibleProject. (10 minutos)
Leia também uma introdução à Primeira Epístola de João.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – março de 2020.