Filho do homem, dirige teu rosto contra Faraó, rei do Egito; e profetiza contra ele e contra todo o Egito.
Comentário de A. R. Fausset
Faraó – um nome comum de todos os reis do Egito, que significa “o sol”; ou, como outros dizem, um “crocodilo”, que era adorado em partes do Egito (compare Ezequiel 29:3). Hophra ou Apries estava no trono neste momento. Seu reinado começou próspero. Ele tomou Gaza (Jeremias 47:1) e Zidon e fez-se mestre da Fenícia e da Palestina, recuperando muito do que foi perdido para o Egito pela vitória de Nabucodonosor em Carquemis (2Reis 24:7; Jeremias 46:2), no quarto ano de Jeoaquim [Wilkinson, Egito Antigo, 1.169]. Tão orgulhosamente seguro por causa de seus sucessos por vinte e cinco anos ele sentiu que ele disse que nem mesmo um deus poderia privá-lo de seu reino [Heródoto, 2.169]. Daí a adequação da descrição dele em Ezequiel 29:3. Nenhuma mera sagacidade humana poderia ter permitido a Ezequiel prever a queda do Egito no auge de sua prosperidade. Existem quatro divisões dessas profecias; o primeiro no décimo ano do cativeiro de Ezequiel; o último no décimo segundo. Entre o primeiro e o segundo vem uma data muito posterior, não tendo sido dada até o vigésimo sétimo ano (Ezequiel 29:17; 30:19), mas colocada ali conforme apropriado ao assunto. Faraó-hofra, ou Apries, foi destronado e estrangulado, e Amasis substituído como rei, por Nabucodonosor (compare Jeremias 44:30). Os sacerdotes egípcios, da vaidade nacional, não mencionaram Heródoto da perda egípcia de território na Síria através de Nabucodonosor, da qual Josefo nos diz, mas atribuiu a mudança na sucessão de Apries a Amasis unicamente à tropa egípcia. A guerra civil entre os dois rivais durou, sem dúvida, por vários anos, dando oportunidade a Nabucodonosor de interferir e elevar o usurpador Amasis, sob a condição de ele se tornar tributário da Babilônia [Wilkinson]. Compare Jeremias 43:10-12 e veja em Jeremias 43:13, outra visão dos motivos de interferência de Nabucodonosor. [Fausset, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.