Porque assim diz o SENHOR dos exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, eu farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca;
Comentário de A. R. Fausset
Ainda uma vez, daqui a pouco. O abalo das nações implica em julgamentos de ira sobre os inimigos do povo de Deus, que precederão o reinado do Príncipe da Paz (Isaías 13:13). Os reinos do mundo são apenas o andaime para o templo espiritual de Deus e serão derrubados quando cumprirem seu propósito. A transitoriedade de tudo que é terreno deve levar os homens a buscar “paz” no reino eterno do Messias (Ageu 2:9; Hebreus 12:27-28) (Moore). Os judeus nos tempos de Ageu hesitavam em avançar com a obra por medo do poder mundial, o Medo-Persa, que era influenciado pela astúcia de Samaria. O profeta os assegura de que este e todos os outros poderes mundiais cairão diante do Messias, que estará associado a este templo; portanto, eles não precisam temer.
Assim, o sentido é explicado em Hebreus 12:26, que cita esta passagem: o apóstolo compara o castigo mais severo que aguarda os desobedientes sob o Novo Testamento com o que os atingiu sob o Antigo Testamento. No estabelecimento da aliança sinaítica, apenas a terra foi abalada para introduzi-la, mas agora céu, terra e todas as coisas serão abalados — ou seja, junto com prodígios no mundo da natureza, todos os reinos que se opõem ao reino do Messias, “que não pode ser abalado”, serão derrubados (Daniel 2:35, 44; Mateus 21:44). Hebreus 12:27, “Ainda uma vez,” favorece a versão inglesa. Paulo condensa os dois versículos de Ageu (Ageu 2:6-7, 21-22), implicando que foi um e o mesmo abalo — do qual os primeiros versículos de Ageu denotam o começo, e os últimos, o fim. O abalo começou como introdução ao primeiro advento; será finalizado no segundo.
Quanto ao primeiro advento, confira Mateus 3:17; 27:51; 28:2; Atos 2:2, 4, 31. Quanto ao segundo, veja Mateus 24:7; Apocalipse 16:20; 18:20-21; 20:11 (Bengel). Raramente há uma profecia sobre o Messias no Antigo Testamento que não se refira, ao menos em parte, à Sua segunda vinda (Isaac Newton). O Salmo 68:8 menciona os céus derramando-se à presença de Yahweh no monte (Sinai); mas Ageu fala de todos os céus criados: “Aguarde só um pouco, embora o evento prometido ainda não seja aparente, pois logo Deus mudará as coisas para melhor: não se detenha nesses prelúdios e fixe seus olhos no estado presente do templo” (Calvino). Deus sacudiu os céus com relâmpagos no Sinai; a terra, para que dela saíssem águas; o mar, para que se dividisse. No tempo de Cristo, Deus sacudiu o céu quando falou dele; a terra, quando tremeu; o mar, quando Ele comandou ventos e ondas (Grotius). Cícero registra que, na época de Cristo, os oráculos pagãos foram silenciados; e Dio menciona a queda dos ídolos no Capitólio romano. [Fausset, 1866]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.