Quando alguém ouve a palavra do Reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado em seu coração; este é o que foi semeado junto ao caminho.
Comentário Ellicott
Quando alguém ouve a palavra. A explicação dessa parábola se tornou tão familiar que é difícil nos colocarmos no lugar daqueles para quem ela revelou novas verdades — como um espelho em que poderiam ver, talvez, a sua própria imagem. Nosso interesse pode ser renovado se pensarmos que a parábola reflete a própria experiência de Jesus. Os diferentes tipos de ouvintes que se reuniram ao redor dele são representados, de maneira geral, pelos quatro destinos da semente espalhada pelo semeador, e todos os pregadores da verdade, desde então, têm percebido fenômenos semelhantes em suas próprias experiências.
A sequência ética descrita é assim: o homem ouve “a palavra do reino”, uma fala, como o Sermão da Montanha ou a proferida em Nazaré (Lucas 4:16-21). Ele não “entende” a palavra (o problema é mais moral do que intelectual), não presta atenção ou “absorve” a mensagem. O “maligno” (note a conexão com a sentença na Oração do Senhor, “Livra-nos do mal” ou “do maligno”) a arrebata, até mesmo de sua memória. À primeira vista, pode parecer estranho que “as aves do céu”, em sua multiplicidade, representem o Tentador em sua unidade. Contudo, há uma verdade terrível no fato de que tudo o que leva os homens a esquecer a verdade está, de fato, fazendo a obra do grande inimigo. Por outro lado, as aves, em seu voo rápido e seus bandos, podem muito bem representar os pensamentos triviais e fúteis que servem como instrumentos do Tentador. A “beira do caminho” corresponde ao caráter endurecido pelo desgaste da vida cotidiana, o que chamamos de rotina, de modo que as palavras da Verdade mal conseguem causar uma impressão passageira. [Ellicott]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.