E ninguém podia lhe responder palavra; nem ninguém ousou desde aquele dia a mais lhe perguntar.
Comentário de J. A. Broadus
E ninguém podia lhe responder palavra (Compare com Lucas 14:6) De acordo com a concepção que tinham do Messias, a pergunta era impossível de responder. Posteriormente, foi respondida por alguém que, naquela época, era um jovem fariseu, embora não saibamos se estava estudando em Jerusalém ou ausente em Tarso. Esse fariseu viveu para obter tal revelação de Jesus, o Messias, e tal entendimento das Escrituras messiânicas, que percebeu que Ele foi “feito (nascido) da descendência de Davi segundo a carne, e declarado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos” (Romanos 1:3, compare com Romanos 9:5). O fato de que ninguém mais ousou, a partir daquele dia, fazer-lhe perguntas é também mencionado por Marcos e Lucas como resultado dessa mesma série de perguntas e respostas. Marcos (Marcos 12:34) faz esse comentário ao final da questão do intérprete da lei a Jesus, a última pergunta de seus inimigos; e Lucas (Lucas 20:40) ao final da pergunta dos saduceus, a última que ele registra. Toda a sabedoria e engenhosidade das classes eruditas e governantes, em ambos os grandes partidos, trouxeram suas questões mais difíceis ao jovem mestre de Nazaré, que nunca estudou em nenhuma das escolas (João 7:15). Ele não apenas deu, em cada caso, uma resposta de profundidade e clareza surpreendentes, que fez os homens mais sábios saírem em reflexão maravilhada, mas por fim retorquiu com uma pergunta que ninguém pôde responder, e que parecia indicar claramente que suas concepções sobre o Messias eram fundamentalmente falhas. Nosso Senhor continuou discursando, atacando as classes dominantes com a mais franca e implacável severidade (cap. 23), mas eles não ousaram mais interromper ou indagar. Eles estavam impotentes em argumentação e, como é comum com debatedores frustrados e irados que não desejam ser convencidos, não tinham esperança senão na violência. Neste ponto, Marcos relata (Marcos 12:37): “E o povo comum o ouvia com prazer”. As pessoas que lotavam o pátio do templo não tinham posição a perder, nem orgulho de conhecimento; eram mais receptivas a novas verdades e não lamentavam ver os rabinos arrogantes e aristocratas sacerdotais sendo envergonhados. [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.