Em seguida tomou o cálice, deu graças, e o deu a eles, dizendo: Bebei dele todos,
Comentário de J. A. Broadus
tomou o cálice; “um cálice” é o texto correto em Mateus e Marcos, enquanto em Lucas e Paulo é “o cálice”. Havia um cálice na mesa para beber vinho, conforme o costume da refeição pascal; “um cálice” não indica que havia outros. O vinho pascal costumava ser misturado com o dobro de água (Edersheim).
deu graças. A palavra grega assim traduzida origina a expressão “Eucaristia”, ou seja, “Ação de Graças”, como uma frase para a participação do pão e do vinho. Ela é usada por Inácio e na “Didaqué” para denotar a partilha do pão e do vinho em conexão com uma agape, ou “festa de amor” (Judas 1:12), assim como Paulo parece usar a frase “Ceia do Senhor” (1Coríntios 11:20). No entanto, Paulo não estabelece como dever a conexão com uma refeição comum, nem a relação com a Páscoa feita por nosso Senhor. O que ele orienta não é comer a Páscoa, ou fazer uma ceia, nem comer à noite, à mesa ou em posição reclinada, mas sim comer o pão e beber o vinho. Os protestantes condenam a prática romana de negar o vinho aos leigos, porque o Salvador ordenou tanto o comer quanto o beber, e devemos seguir exatamente o que o Salvador ordenou. Da mesma forma, no batismo, não há comando para batizar “em água corrente”, como a “Didaqué” sugere ser preferível, nem em um lugar, tempo, circunstância ou maneira específicos; o que é ordenado é batizar (Mateus 28:19), ou seja, em água (Mateus 3:11), e devemos insistir apenas na água e no ato de batizar (compare com Mateus 3:6).
Bebei dele todos. Não deveria ser necessário dizer que isso significa “todos vocês” e não “tudo dele”, como o grego deixa claro; no entanto, alguns interpretaram incorretamente. Marcos registra não o mandamento, mas a ação: “e todos beberam dele”. [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.