Mateus 26:48

O seu traidor havia lhes dado sinal, dizendo: Aquele a quem eu beijar, é esse. Prendei-o.

Comentário de J. A. Broadus

(48-50) Jesus é identificado e preso.

havia lhes dado sinal – combinado quando partiram juntos. Todas as boas inclinações da natureza humana se revoltam diante do beijo traiçoeiro de Judas. O beijo era uma forma comum de saudação, mas apenas entre amigos. Judas pareceu fingir uma grande demonstração de amizade, pois tanto em Mateus quanto em Marcos, ao mencionar “e o beijou” (Mateus 26:49), os evangelistas não usam o verbo simples, mas uma forma composta que implica em beijos repetidos, com entusiasmo e afeto. O mesmo verbo composto aparece em Lucas 7:45, onde denota afeição calorosa; também aparece no reencontro do pai com o filho pródigo (Lucas 15:20) e nas despedidas de Paulo com seus amigos (Atos 20:37). Meyer, Ellicott, Grimm, Alford, Morison e Edersh reconhecem essa distinção. Um paralelo pode ser encontrado em Provérbios 27:6: “os beijos do inimigo são falsos”.

Prendei-o. No Evangelho de João, Nosso Senhor é descrito como se aproximando voluntariamente da multidão e declarando ser aquele que procuravam, enquanto Judas estava com eles. É possível supor que, para cumprir seu contrato e receber a recompensa, Judas ainda avançou e deu o sinal combinado. A necessidade disso pode ter surgido pelo fato de que a multidão, assustada com a calma majestade de Jesus ao se identificar, “recuou e caiu ao chão” (João 18:6). Além disso, o oficial romano talvez não soubesse se outra pessoa estava se passando por Jesus, e assim aguardaria o sinal combinado. [Broadus, 1886]

< Mateus 26:47 Mateus 26:49 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.