Porém Jesus ficava calado. Então o sumo sacerdote lhe disse: Ordeno-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
Comentário do Púlpito
Jesus ficava calado (veja Mateus 27:12-14). “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca”, etc. (Isaías 53:7; veja também Salmo 38:13, 14). Ele sabia que não adiantava e que não era a hora de explicar o mistério das palavras que ele tinha usado. Na verdade, era injusto pedir-lhe que explicasse as discrepâncias no depoimento que disseram contra ele. “Tentar se defender era inútil, ninguém escutava. Pois aquilo era só uma aparência de um tribunal de justiça, mas na verdade era um ataque de ladrões, agredindo-o sem motivo, como numa caverna ou na estrada” (Crisóstomor). A melhor forma de enfrentar o caso foi através de um silêncio majestoso.
Então o sumo sacerdote lhe disse. Confuso e envergonhado pelo silêncio constante de Cristo, Caifás finalmente decide fazer-lhe uma pergunta que ele deve responder e que deve levar a algum resultado definitivo.
Ordeno-te pelo Deus vivo. O sumo sacerdote agora fala com Jesus oficialmente como o ministro de Yahweh e o obriga a responder sob juramento. Para tal conjuração uma resposta era absolutamente necessária e a Lei considerava culpado quem ficasse calado nessas circunstâncias (Levítico 5:1).
o Cristo, o Filho de Deus. Não se deve pensar que Caifás por essas palavras quisesse dizer que o Messias era um com Deus, da mesma natureza, poder e eternidade. Não é provável que ele tivesse superado a concepção popular judaica do Messias, que era de alguém inferior a Deus, mas dotado de certos atributos divinos. Mas ele tinha ouvido que Jesus tinha mais de uma vez chamado Deus de seu Pai, então ele agora espera forçar uma confissão dos lábios do Prisioneiro que resolva a questão de um jeito ou de outro e lhe dê motivo para agir decisivamente e denunciar Cristo como um impostor reconhecido ou um blasfemo. Sua linguagem é baseada talvez no Salmo 2:26 etc. [Pulpit]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.