Mas Jesus não lhe respondeu uma só palavra, de maneira que o governador ficou muito maravilhado.
Comentário de J. A. Broadus
Jesus não lhe respondeu uma só palavra. A repreensão de Pilatos (Mateus 27:13) parece ter sido bem-intencionada. O completo silêncio do acusado parecia extraordinário (Mateus 27:14). Um escritor romano diz: “O silêncio é uma espécie de confissão.” Será que Jesus quis, assim, confessar a acusação como verdadeira? Havia algo nele que não inclinava o governador a pensar assim.
Lucas e João relatam aqui que Pilatos declarou não encontrar culpa no acusado (Lucas 23:4; João 18:38). Até então, o julgamento diante dele havia sido um fracasso. Mas os líderes judeus (Lucas 23:5) “insistiam mais, dizendo: Ele incita o povo, ensinando por toda a Judeia, começando desde a Galileia até este lugar.” Assim, Pilatos soube que o acusado era galileu. Ele agarrou-se a esse fato como uma possível saída para escapar desse julgamento desagradável e, ao mesmo tempo, conciliar-se com Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, com quem ele estava em inimizade. Então, ele enviou Jesus a Herodes, que havia vindo a Jerusalém para a festa (Lucas 23:7-12). Isso formou a segunda etapa do julgamento romano. Mas, embora tenha conseguido se reconciliar com Herodes, o governador falhou em escapar da responsabilidade da investigação. Jesus permaneceu em completo silêncio diante de Herodes também, e foi enviado de volta, sem que nada fosse resolvido. [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.