Dai, pois, frutos condizentes com o arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; pois eu vos digo que até destas pedras Deus pode produzir filhos a Abraão.
Comentário Cambridge
Dai, pois. O verbo implica esforço imediato. “Produza imediatamente.”
não comeceis a dizer. Ele corta até mesmo qualquer tentativa de justificação própria.
Temos Abraão por pai. Os judeus tinham uma concepção tão elevada desse privilégio (João 8:39) que mal conseguiam acreditar ser possível que algum filho de Abraão se perdesse. Isso é evidente em muitos trechos do Talmude, que afirmam que “um único israelita tem mais valor aos olhos de Deus do que todas as nações do mundo”. “Tu fizeste o mundo por nossa causa. Quanto aos outros povos… Tu disseste… que eles não passam de saliva, e comparaste a abundância deles a uma gota que cai de um vaso… Mas nós, Teu povo (a quem chamaste de Teu primogênito, Teu unigênito e Teu fervoroso amante), etc.” 2 Esdras 6:56-58. Os Profetas já haviam alertado que privilégios sem deveres não eram proteção (Jeremias 7:3-4; Miquéias 3:11; Isaías 48:2, etc.). Cristo ensinou-lhes que a descendência de Abraão não tinha exclusividade na oferta de salvação (Mateus 8:11-12), e uma parte especial da missão de Paulo foi fazer com que eles entendessem que “nem todos os que são de Israel são verdadeiramente de Israel” (Romanos 9:6-7; Gálatas 3:29; Gálatas 6:15).
destas pedras. Ele apontou para os pedregulhos ou as pedras de sílex na margem do Jordão ao seu redor. Aquele que fez Adão do barro poderia fazer filhos de Abraão a partir dessas pedras (Bengel). A imaginação de João é a do deserto – a rocha, a serpente, a árvore estéril. [Cambridge]
Comentário de Alfred Plummer 🔒
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.