E admiravam o seu ensino, pois a sua palavra era com autoridade.
Comentário do Púlpito
Temos aqui novamente uma imagem que dá um resumo geral da vida de Jesus, estendendo-se por um período considerável. Esta é a quinta dessas fotos de Lucas. Representa o Mestre morando calmamente em Cafarnaum, no meio de seus discípulos, ensinando e pregando; nos dias de sábado, reunia um considerável número de pessoas atraídas pelo povo em geral, e geralmente surpreendia os ouvintes com sua seriedade, frescor e habilidade, que levava convicção a muitos corações, tanto gentios quanto judeus. Embora esse período da vida de Jesus tenha sido assinalado por muitos milagres, não parece que sua pregação e ensino comuns precisassem de qualquer testemunho sobrenatural para permitir que ganhasse seu caminho. Lucas especialmente nos diz que foi com poder, e que as multidões o ouviram maravilhadas e atônitas. Mateus nos dá (Mateus 7:29) uma razão, que nos ajuda a entender algo desse sucesso que acompanhou seu ensino. Não era “como os escribas”. No Talmud, temos muitos exemplos da instrução sagrada das “escolas” na época de nosso Senhor. Minúcias frívolas, confusão de textos, cansativa repetição dos ditos dos homens de antigamente, questões relacionadas com a guarda exata do sábado, com o dízimo de hortelã, erva-doce e cominho, uma falta singular de tudo que lida com os mais pesados questões da Lei – justiça, julgamento, verdade – estavam entre as características da instrução popular dos escribas. As palavras práticas de Jesus que examinavam o coração estavam em forte contraste com os temas curiosos, mas inúteis, tratados pelos mestres oficiais da época. Foi com o versículo trigésimo primeiro deste capítulo que o grande herege gnóstico Marcião (século II) deu início ao seu Evangelho, que, nos primeiros dias do cristianismo, teve vasta circulação. Marcião, embora preferisse o Evangelho de Lucas, como emanando de Paulo, antes de apresentá-lo como a história autorizada a ser usada por seus numerosos seguidores, cortou os capítulos anteriores de nosso Evangelho, que tratavam do nascimento e da infância do Senhor, começando aqui – prefixando, no entanto, uma nota de tempo, assim:”No décimo quinto ano do governo de Tibério, Jesus desceu” (Marcião provavelmente pretendia que fosse entendido do céu) “na cidade da Galiléia chamada Cafarnaum”. [Pulpit, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.