Para que em meu Reino, comais e bebais à minha mesa; e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.
Comentário de F. L. Godet
Este versículo pode aplicar-se apenas ao papel desempenhado pelos apóstolos no governo da Igreja primitiva e no julgamento moral de Israel então exercido por eles. Mas a expressão comer e beber na minha mesa vai além desse significado. Pois não podemos aplicar esta expressão à Santa Ceia, que não era um privilégio especial dos apóstolos. A frase, em meu reino, deve, portanto, ser interpretada no mesmo sentido que em 22:16; Lucas 22:18. Com a mesa onde agora preside, Jesus compara o banquete real, o emblema da alegria completa no reino perfeito de Deus. Ele também contrasta, nas palavras a seguir, com os julgamentos que Ele e Seus em breve sofrerão da parte de Israel, com os julgamentos que Israel um dia sofrerá da parte dos Doze. De acordo com 1Coríntios 6:1 e segs., A Igreja deve julgar o mundo, os homens e os anjos. Nesse julgamento do mundo pelos representantes de Jesus Cristo, a parte atribuída aos Doze será Israel.
Julgamento aqui inclui governo, já que tantas vezes no Antigo Testamento os tronos são o emblema do poder, assim como a mesa é da alegria.
Se o traidor ainda estava presente, tal promessa feita a seus colegas não deve ter sido como o golpe de uma adaga em seu coração ambicioso! Aqui, como pensamos, deve ser colocada a cena final que o levou à sua partida (Jo 13:21-27).
Parece-nos que os Doze não são tratados de forma muito desvantajosa neste discurso de Jesus relatado por Lucas! Um ditado totalmente semelhante é encontrado em Mateus 19:28, em um contexto diferente. A de Lucas é sua própria justificativa. [Godet, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.