João 2:9

E quando o mestre de cerimônia experimentou a água feita vinho (sem saber de onde era, porém os serventes que haviam tirado a água sabiam), o mestre de cerimônia chamou o noivo,

Comentário de Thomas Croskery

E quando o mestre de cerimônia experimentou a água feita vinho. Lutero traduziu:”Den Wein der Wasser gewesen war” – “O vinho que era água”. Nenhuma outra explicação é possível do que aquela que afirma uma violação espantosa das evoluções e sequências ordinárias da natureza. Se o vinho substituiu a água, foi acrescentado à água o que não existia antes. A videira, com todos os seus processos maravilhosos – a vinha, o lagar e outros aparelhos – foram todos dispensados, e o mesmo poder que dizia:”Faça-se a luz”, chamou esses elementos adicionais juntos, originou-os por sua vai. As novas propriedades se apresentaram aos sentidos perceptivos. A este respeito, a transformação é profundamente diferente da suposta mudança que ocorre na Santa Eucaristia. Ali permanecem todos os acidentes e elementos; supõe-se que a substância subjacente a elas seja substituída por outra substância; mas nem uma nem outra substância jamais esteve presente aos sentidos. Aqui se apresenta uma nova substância, com atributos até então desconhecidos. Os oponentes intransigentes do sobrenatural aceitarão quase qualquer interpretação, exceto aquela que está na superfície. As explicações místicas racionalistas, míticas e poéticas, todas igualmente, estão sobrecarregadas de dificuldades especiais. O evangelista que considerou Cristo como o Logos encarnado não viu nada de inconcebível no evento. Foi um dos muitos fenômenos que acompanharam sua vida como o “Filho do homem”, que ajudou a criar o pressuposto subjacente sobre o qual o Evangelho foi escrito. Como o testemunho do último dos profetas e do primeiro dos discípulos, é parte da evidência de que o Logos habitou entre nós. Quando o governador provou o vinho tirado desses potes de água e não sabia de onde era. Ele conhecia todos os recursos da festa, mas isso o intrigou por sua novidade. “De onde veio? Onde foi armazenado? De quem é?” Um parêntese interessante é aqui introduzido, para contrastar a ignorância do governante da festa com o mistério esmagador do conhecimento dado aos servos (os discípulos do próprio Jesus), [porém os servos que haviam tirado a água sabiam]; sabia, isto é, de onde era e, parece-me, o que era. Meyer e outros dizem que não sabiam que tinham trazido vinho. É impossível afirmar tanto quanto isso. Eles sabiam que não era um barril de vinho ou um barril de vinho, mas um jarro de água, do qual eles haviam tirado para encher os cálices em suas mãos. Tornaram-se, portanto, fiadores do signo misterioso. Não podemos dizer quanto mais do que “de onde” havia ocorrido em suas mentes.

o mestre de cerimônia chamou o noivo. Podemos julgar por isso que essa pessoa responsável não estava no lugar onde os seis cântaros foram colocados, e que ele se aproximou do noivo em seu assento de honra, ou o chamou do seu próprio, e expressou, por uma jactância convivial e elogios equívocos, sua percepção da excelência do vinho que, assim, no final da festa, foi prodigalizado aos convidados, que até então eram estranhamente mantidos na ignorância dos recursos do anfitrião. É desnecessário colocar nas palavras qualquer significado mais profundo do que o humor epigramático em que ele revelou seu senso da realidade do fato objetivo que lhe foi trazido ao conhecimento. [Croslery, aguardando revisão]

< João 2:8 João 2:10 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.