Depois disto Jesus veio com seus discípulos à terra da Judeia; e estava ali com eles, e batizava.
Comentário de Brooke Westcott
O ensino de Cristo na Judéia em geral (vv. 22–36). Esta seção forma a sequência natural da visita de Cristo a Jerusalém. Ele havia se oferecido ali com um sinal significativo como Messias. O sinal geralmente não foi interpretado corretamente ou foi mal interpretado; e, ao deixar a Cidade Santa, Ele começou novamente Seu trabalho (por assim dizer) como profeta, seguindo em parte o método de João Batista. Assim, lentamente, por meio de ações e palavras, Ele preparou um grupo de discípulos para reconhecê-Lo, crer n’Ele e aceitar a verdadeira concepção da natureza e obra do Messias.
A seção se divide em três partes. Há uma breve nota sobre o trabalho de Cristo (22–24). Segue-se o testemunho de João (25–30), que é expandido pelo Evangelista (31–36).
O conteúdo desta seção é peculiar a João, que escreve como um companheiro do Senhor.
(22–24) Por um tempo, Cristo e o Batista trabalharam lado a lado, pregando “arrependimento” (Marcos 1:15) e batizando. O Messias assumiu a posição de profeta na Judéia, como fez depois na Galileia. (Veja v. 24).
Depois disto. A expressão não indica uma conexão imediata. Compare com João 5:1, nota. A primeira pregação de Cristo foi no templo. Quando Ele não encontrou acolhida ali, falou na Cidade Santa; depois na Judéia; e, em seguida, na Galileia, que se tornou o centro de Seu ensino a partir de então.
Jesus veio com seus discípulos. Compare com 2:2, 2:12.
A frase também aparece em Mateus 9:10 (Marcos 2:15), 19; Marcos 8:27. Em cada caso, há um significado especial na representação vívida do grande Mestre e dos discípulos acompanhantes como dois elementos distintos na cena.
a terra da Judéia – distinguindo-se de Jerusalém propriamente dita. A frase exata ocorre aqui apenas no Novo Testamento. Compare com Marcos 1:5; Atos 26:20, onde “a região da Judéia” é similarmente contrastado com a capital.
estava ali. A estadia provavelmente foi prolongada por algum tempo.
e batizava. Este batismo, administrado efetivamente pelos discípulos (4:2), pertencia à preparação para o reino, como o batismo de João. Não era, nem poderia ser, uma antecipação do Sacramento Cristão que ele prefigurava. Compare com Mateus 4:17; Marcos 1:14, 1:15. Nesse ponto, então, o trabalho de Cristo e o de Seu Precursor se encontraram. Cristo não havia sido reconhecido como rei no principal centro da teocracia; portanto, Ele iniciou Seu trabalho novamente em um novo campo e com um novo caráter. [Westcott, 1882]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.