E seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou? Este, ou seus pais, para que nascesse cego?
Comentário de Brooke Westcott
Os pensamentos da controvérsia do capítulo 8 parecem ter se dissipado. De imediato, “uma grande calma” surge. O Senhor está no centro de seus discípulos, e não de uma multidão enfurecida. Ainda assim, a questão dos discípulos reflete o mesmo campo espiritual das especulações sobre privilégios religiosos herdados e Filiação divina. Essa pergunta talvez seja a forma mais simples e comum de explorar nossa relação com aqueles que vieram antes de nós.
Rabi. Compare com João 1:38, 1:49, 3:2, 4:31, 6:25, 11:8. O uso do termo aramaico é característico de João, embora apareça também em Mateus 26:25, 26:49; Marcos 9:5, 10:21, 14:45.
quem pecou…para que nascesse cego… como sequência justa de castigo pela culpa. Assume-se que o sofrimento específico era retributivo. A dúvida é sobre quem cometeu o pecado punido: se foi o próprio homem antes do nascimento ou em uma existência anterior, ou se foram os pais do homem. A última alternativa era familiar aos judeus (Êxodo 20:5; Hebreus 7:10); e há indícios de crença na preexistência das almas, pelo menos no judaísmo posterior (Sabedoria 8:20).
Talvez seja mais natural supor que a pergunta, que reflete um modo de pensamento judaico, foi feita sem uma compreensão clara das alternativas envolvidas. Lightfoot (ad loc.) apresenta uma curiosa coleção de passagens rabínicas ilustrando diferentes opiniões sobre esse assunto.
nascesse cego. Pelo fato de os discípulos conhecerem essa informação, pode-se supor que a história do homem era popularmente conhecida. [Westcott, 1882]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.