João 10:21

Outros diziam: Estas palavras não são de um endemoninhado; por acaso pode um demônio dar vista aos cegos?

Comentário de Daniel D. Whedon

No temperamento de sua linguagem vemos a condição de seus corações. A razão impenitente não, mas lança um arremesso feroz contra Jesus. O divino nele é um demônio; na sublimidade de seu discurso ele é louco. Mas nesses outros há um questionamento profundo, solene, mas tímido. Para essas obras sua solução não é diabólica; essas palavras profundas não são loucura. Que esses judeus não identificaram o demônio e a loucura como uma coisa é claro; pois o milagre foi atribuído ao primeiro, o discurso ao último.

A narrativa da visita de Jesus na Festa dos Tabernáculos, começando no início do capítulo 7, aqui termina. (Sinopse Histórica, §§ 81-84). No versículo seguinte, (22), João passa rapidamente para a próxima visita do Senhor a Jerusalém na Festa da Dedicação, dois meses depois, quando retomou esse mesmo tópico. Durante este intervalo, do qual João nada diz, segundo nossa sinopse, acontecem todos os eventos, §§ 85-99. Ou seja, todo o ministério de nosso Senhor na Pereia deve ser inserido aqui.

Stier se recusa a admitir que um período tão longo de ausência de Jerusalém seja consistente com a continuidade que aparece no discurso. Ao contrário, com Ebrard contra Strauss, sustentamos que o próprio fato de Jesus reaparecer em Jerusalém, após um intervalo de dois meses, naturalmente evocou o último discurso conseqüente à cura do cego. João salta para este ponto apenas para dar o que ele considera uma conclusão virtual do discurso sobre o Bom Pastor. [Whedon, aguardando revisão]

< João 10:20 João 10:22 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.