Saiu, pois, esta conversa entre os irmãos, que aquele discípulo não morreria. Contudo Jesus não lhe disse que não morreria, mas sim: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa?
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Comentário de Brooke Westcott
Então correu entre os irmãos este dito… – As palavras que Jesus disse foram repetidas de forma imprecisa, levando alguns a entenderem que João não morreria. A tradição de que João dormia em seu túmulo em Éfeso, e que o pó sobre sua sepultura se movia, indicando que ele ainda respirava, persistiu por muito tempo. Agostinho menciona isso com dúvida, baseado no testemunho de homens respeitáveis (In Joh. 124:2).
Entre os irmãos – Essa expressão, comum no livro de Atos (Atos 9:30 e outros), aparece aqui somente nos Evangelhos (compare com João 20:17; Lucas 22:32).
Mas Jesus não disse… – A maneira como o erro é corrigido mostra que ele ainda não havia sido desmentido pelos fatos. Isso sugere que este epílogo do Evangelho foi escrito pelo próprio João, que ainda estava vivo e, diante da incerteza do futuro, se limitou a repetir exatamente as palavras de Jesus. João não afirma compreender todo o significado do que Cristo disse, apenas registra com precisão Suas palavras. A interpretação verdadeira dessas palavras caberia à história.
É óbvio que Pedro e João ocupam, nesta narrativa, posições representativas tanto em relação ao seu ministério quanto ao resultado do seu trabalho. Um é o ministro da ação, cujo serviço se consuma pelo martírio na morte; o outro é o ministro do pensamento e do ensino, cujo serviço se aperfeiçoa no martírio da vida. Agostinho (In Joh. 124:3) faz uma comparação muito interessante dos dois encargos, resumida da seguinte forma: “Perfecta me sequatur actio, informata meæ passionis exemplo: inchoata vero contemplatio maneat donec venio, perficienda cum venero.” [Westcott, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.