Decreto

O que os teólogos chamam de “decretos de Deus” e descrevem como uno, imutável, eterno, abrangente, livre, etc., não recebe essa designação nas Escrituras. Os equivalentes devem ser buscados sob títulos como Eleição, Predestinação, Providência, Réprobos. Nas versões em português o termo é frequentemente usado em Ester, Esdras, Daniel, com diferentes palavras em Hebraico e Aramaico para decretos reais. No Novo Testamento, também a palavra grega dogmata é empregada para decretos de César (Lucas 2:1, Atos 17:7); em Atos 16:4 é usada para decretos da Igreja; em outros lugares (Efésios 2:15, Colossenses 2:20) é traduzida como ‘regras’. A maior proximidade com o sentido teológico do termo está no Antigo Testamento, na palavra Hebraica hôk, geralmente traduzida como ‘estatuto’, que é usada em diversos lugares para os decretos soberanos de Deus na natureza e providência (Jó 28:26, Salmo 148:6, Provérbios 8:29, Jeremias 5:22, Sofonias 2:2). Os hebreus não tinham a concepção moderna de ‘leis da natureza’, mas tinham um bom equivalente na ideia do mundo como ordenado e fundado pelos decretos de Deus; como regulado por Suas ordenanças (cf. Salmo 104:5; Salmo 104:9; Salmo 119:88-91, Jeremias 10:12 ss.). A mesma palavra é usada em Salmo 2:7 do ‘decreto’ de Deus sobre Seu rei; em Daniel 4:17; Daniel 4:24 (Aramaico) temos o ‘decreto’ dos ‘vigilantes’ e do ‘Altíssimo’. [James Orr, Hastings, 1909]