A palavra desobediência, usada principalmente no Novo Testamento, tem o significado geral de falta de respeito pela autoridade ou governo. O significado mais forte de teimosia ou violência é talvez transmitido no Antigo Testamento (1Reis 13:26; Neemias 9:26; compare com 1Reis 13:21).
No Novo Testamento, parecem haver dois usos claramente definidos da palavra, um objetivo e prático, o outro ético e psicológico. O primeiro refere-se mais à conduta, o segundo à crença e à atitude mental em relação ao objeto da desobediência. Ao primeiro pertencem passagens que se referem ao ato aberto de desobediência aos pais (Romanos 1:30; 2Timóteo 3:2). Contudo, a ênfase maior é colocada na qualidade distintamente ética, em que a desobediência é realmente uma atitude da mente e encontra sua essência em um coração de descrença e infidelidade (1Pedro 2:7-8; Efésios 2:2; Efésios 5:6; Colossenses 3:6). Nas três últimas referências, “filhos da desobediência” são mencionados, como se alguém se tornasse a própria descendência de tal estado mental infeliz e impuro. A frase clássica da literatura do Novo Testamento (Atos 26:19) contém tanto os aspectos práticos quanto os éticos. As convicções de Paulo foram mudadas pela visão e sua conduta foi imediatamente ajustada a ela. [Walter G. Clippinger, Orr, 1915]
