Cânon (ou cânone) é uma palavra é oriunda do grego (“kanon”) e do hebraico (“kaneh”) que significa “cana” ou “vara de medir”. Portanto, indica algo reto, ou algo para manter em linha reta; e por isso, depois, passou a significar “norma” ou “regra”. Essa expressão passou a ser aplicada às Escrituras com o propósito de afirmar que elas continham a regra autorizada de fé e prática, o padrão de doutrina e dever. Diz-se que um livro é de autoridade canônica quando tem o direito de ocupar um lugar com os outros livros que contêm uma revelação da vontade divina. Tal direito não é resultado de qualquer autoridade eclesiástica, mas da evidência da autoria inspirada do livro. Os livros canônicos (isto é, inspirados) do Antigo e do Novo Testamento contêm toda a revelação sobrenatural de Deus para os homens e por isso têm a autoridade final como norma de fé e prática.
Cânon do Antigo Testamento
O cânon do Antigo Testamento é testemunhado pelos escritores do Novo Testamento. Suas evidências são conclusivas. As citações no Novo do Antigo são muito numerosas, e as referências são muito mais numerosas. Estas citações e referências de nosso Senhor e dos apóstolos implicam mais claramente a existência naquele tempo de uma coleção conhecida e publicamente reconhecida de escritos hebraicos sob a designação de “As Escrituras”; “A Lei e os Profetas e os Salmos”; “Moisés e os Profetas”, etc. Os apelos a estes livros, além disso, mostram que eles eram considerados como de autoridade divina, finalmente decidindo todas as questões das quais eles tratam; e que toda a coleção tão reconhecida consistia apenas dos trinta e nove livros que nós agora possuímos. Assim, eles endossam como genuíno e autêntico o cânon das Escrituras Judaicas. A Versão da Septuaginta também continha todos os livros que agora temos nas Escrituras do Antigo Testamento. Quanto à época em que o cânon do Antigo Testamento estava fechado, há muitas considerações que apontam para a de Esdras e Neemias, imediatamente após o regresso do exílio babilônico.
Cânon do Novo Testamento
O cânon do Novo Testamento foi formado gradualmente sob orientação divina. Os diferentes livros como foram escritos vieram à posse das comunidades cristãs que começaram a ser formadas logo após o dia de Pentecostes; e assim lentamente o cânon aumentou até que todos os livros foram reunidos em uma coleção contendo a totalidade dos vinte e sete livros inspirados no Novo Testamento. Evidências históricas mostram que, em meados do segundo século, essa coleção do Novo Testamento era substancialmente semelhante à que possuímos agora. Cada livro contido nele é provado ter, em seu próprio terreno, um direito ao seu lugar; e assim o todo é de autoridade divina.
Para entender mais sobre os critérios usados para a formação do cânon bíblico, os livros que não entraram neste cânon e o motivo para a Bíblia Católica ter um maior número de livros assista a esta exposição (82 minutos) do reverendo presbiteriano Leandro de Lima.
Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Canon).