Sumo Sacerdote

Arão foi o primeiro a ser formalmente consagrado a função de Sumo Sacerdote (Êxodo 29:7; 30:23; Levítico 8:12). Ele usava vestes especiais, que após sua morte passavam para seu sucessor (Êxodo 29:29, 30). Além das vestes comuns aos demais sacerdotes, havia quatro peças exclusivas do sumo sacerdote:

1. A “túnica” do éfode, toda azul, sem costura ou mangas, feita de “obra tecidoa” e usada sob o éfode. A bainha era decorada com romãs e sinos de ouro, alternando-se, sendo 72 de cada. O som dos sinos avisava ao povo no pátio externo quando o sumo sacerdote entrava no lugar santo para queimar incenso diante do Senhor (Êxodo 28).

2. O “éfode” consistia em duas partes, uma cobrindo as costas e outra o peito, unidas por um “cinto de obra esmerada” (NAA). Feito de linho fino com ornamentos de ouro e púrpura, tinha em suas alças duas pedras preciosas com os nomes das doze tribos gravados. Essa era a veste distintiva do sumo sacerdote (1Samuel 2:28; 14:3; 21:9; 23:6, 9; 30:7).

3. O “peitoral de juízo” era um pedaço de tecido dobrado, de um palmo quadrado, com doze pedras preciosas em quatro fileiras de três. Essas pedras formavam o Urim e Tumim, com os nomes das doze tribos gravados. Quando o sumo sacerdote consultava o Senhor, respostas eram dadas de maneira misteriosa através do Urim e Tumim (Exodo 28:6-12, 25-28; 1Samuel 14:3, 18-19; 23:2, 4, 9, 11-12; 28:6; 2Samuel 5:23).

4. A “mitra”, uma espécie de turbante feito de uma faixa de linho fino de cerca de 8 metros, com uma placa de ouro na frente com a inscrição “SANTIDADE AO SENHOR”, presa por uma fita azul.

Somente ao sumo sacerdote era permitido entrar no Santo dos Santos, e ele fazia isso apenas uma vez por ano, no grande Dia da Expiação, pois “o caminho para o lugar santíssimo ainda não havia sido revelado” (Hebreus 9; 10). Vestindo suas magníficas vestes sacerdotais, ele entrava no templo diante de todo o povo e, em seguida, deixava de lado essas vestes e, secretamente, colocava suas roupas de linho simples para entrar sozinho no Santo dos Santos. Lá, realizava a expiação, aspergindo o sangue da oferta pelo pecado sobre o propiciatório e oferecendo incenso. Após completar o ritual, ele voltava a vestir suas vestes esplêndidas e reaparecia diante do povo (Levítico 16). Assim, o uso dessas vestes tornou-se associado ao Dia da Expiação.

O ofício, as vestes e as funções do sumo sacerdote eram símbolos do sacerdócio de Cristo (Hebreus 4:14; 7:25; 9:12).

Acredita-se que houve 83 sumos sacerdotes, começando com Aarão (cerca de 1657 a.C.) e terminando com Fanias (70 d.C.). Inicialmente, o cargo de sumo sacerdote era vitalício e hereditário na família de Aarão (Números 3:10). Ele permaneceu na linhagem de Eleazar, o filho mais velho de Aarão, por 296 anos, até passar para Eli, da linhagem de Itamar, quarto filho de Arão. Depois da deposição de Abiatar por Salomão, Zadoque, da linhagem de Eleazar, assumiu o cargo (1Reis 2:35), e assim continuou até o Cativeiro. Após o retorno, Josué, filho de Josedaque, da família de Eleazar, foi nomeado sumo sacerdote, e a sucessão foi alterada conforme influências sacerdotais ou políticas. [Easton, 1896]