Justificação é um termo jurídico, oposto à condenação. Quanto à sua natureza, é o ato judicial de Deus, pelo qual ele perdoa todos os pecados daqueles que creem em Cristo, e os considera, aceita e trata como justos aos olhos da lei, isto é, conforme todas as suas exigências. Além do perdão do pecado, a justificação declara que todas as reivindicações da lei são satisfeitas em relação ao justificado. É o ato de um juiz e não de um soberano. A lei não é abrandada ou deixada de lado, mas é declarada cumprida no sentido mais estrito; e assim a pessoa justificada é declarada como tendo direito a todas as vantagens e recompensas decorrentes da perfeita obediência à lei (Romanos 5:1-10).
A justificação vem da imputação ou creditação ao crente pelo próprio Deus da perfeita justiça, ativa e passiva, de seu Representante e Fiador, Jesus Cristo (Romanos 10:3-9). Justificação não é o perdão de um homem sem justiça, mas uma declaração de que ele possui uma justiça que satisfaz perfeitamente e para sempre a lei, isto é, a justiça de Cristo (2Coríntios 5:21; Romanos 4:6-8).
A única condição sobre a qual esta justiça é imputada ou creditada ao crente é a fé no Senhor Jesus Cristo. A fé é chamada de “condição”, não porque possua qualquer mérito, mas somente porque é o instrumento, o único instrumento pelo qual a alma se apropria de Cristo e de sua justiça (Romanos 1:17; 3:25-26; 4:20,22; Filipenses 3:8-11; Gálatas 2:16).
O ato de fé que assim assegura nossa justificação assegura também ao mesmo tempo nossa santificação; e assim a doutrina da justificação pela fé não conduz à licenciosidade (Romanos 6:2-7). Boas obras, embora não sejam a base, são a consequência certa da justificação (Romanos 6:14; 7:6).
Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Justification).