Páscoa

Páscoa é o nome dado a principal das três grandes festas históricas anuais dos judeus. Foi guardada em memória da passagem do Senhor sobre as casas dos israelitas (Êxodo 12:13) quando o primogênito de todos os egípcios foram mortos. É chamada também de “festa dos pães asmos” (ou sem fermento) (Êxodo 23:15; Marcos 14:1; Atos 12:3), porque durante sua celebração nenhum pão fermentado devia ser comido ou guardado na casa (Ex 12:15). A palavra depois passou a significar o cordeiro que era morto na festa (Marcos 14:12-14; 1Coríntios 5:7).

O anjo da morte e a primeira páscoa por Charles Foster (1897)

Um relato detalhado da instituição desta festa é dado em Êxodo 12 e 13. Foi depois incorporada na lei cerimonial (Levítico 23:4-8) como uma das grandes festas da nação. Posteriormente, muitas mudanças parecem ter ocorrido no modo de celebração, em comparação com a primeira celebração (comp. Deuteronômio 16:2,5-6; 2Crônicas 30:16; Levítico 23:10-14; Números 9:10-11; 28:16-24). E ainda, o uso de vinho (Lucas 22:17,20), de molho com ervas amargas (Jo 13:26), e o louvor foram introduzidos.

Há apenas uma celebração desta festa entre o Êxodo e a entrada em Canaã, ou seja, aquela mencionada em Números 9:5. A páscoa era principalmente uma ordenança memorativa, lembrando os filhos de Israel de sua libertação do Egito; mas sem dúvida, foi também um tipo da grande libertação feita pelo Messias para todo o seu povo da condenação da morte por causa do pecado, e da escravidão do próprio pecado, uma escravidão pior que a do Egito (1Coríntios 5:7; Jo 1:29; 19:32-36; 1Pedro 1:19; Gálatas 4:4-5).

Jerusalém durante a Páscoa

A aparência de Jerusalém durante a Páscoa no tempo de nosso Senhor é assim adequadamente descrita: “A própria cidade e os arredores ficaram cada vez mais lotados quando a festa se aproximava, as ruas estreitas e os becos escuros e arqueados, com a mesma multidão de homens de todas as nações, como quando Jesus havia visitado Jerusalém pela primeira vez quando menino. Até mesmo o templo oferecia uma visão estranha nessa época, pois, em algumas partes dos pátios externos, um amplo espaço era ocupado por currais para ovelhas, cabras e gado para serem usados em oferendas. Os vendedores gritavam as vantagens dos seus animais, as ovelhas sangravam, os bois mugiavam. Os vendedores de pombas também tinham um lugar separado para eles. Os oleiros ofereciam uma variedade de pratos de barro e fornos para assar e comer o cordeiro da Páscoa. Cabanas de vinho, azeite, sal e tudo o mais necessário para os sacrifícios convidavam os clientes. As pessoas que iam e vinham da cidade encurtavam a viagem atravessando o terreno do templo, muitas vezes carregando fardos… As barracas para trocar dinheiro estrangeiro pelo siclo do templo, o único que podia ser pago aos sacerdotes, eram numerosas, toda esta confusão fazia do santuário um mercado barulhento” (Geikie).

Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Passover).