A cura de um paralítico
veio à sua própria cidade – ou seja, Cafarnaum.
Tem bom ânimo, filho! A partir disso, Bengel deduz o paralítico era um jovem.
Teus pecados estão perdoados. Cristo atribuiu o pecado como a causa desta enfermidade. [Cambridge, 1893]
Blasfêmia é cometida quando: (1) coisas indignas de Deus são atribuídas a Ele; (2) coisas dignas de Deus são negadas a Ele; (3) quando os atributos incomunicáveis de Deus são atribuídos a outros. [Bengel, 1742]
O pensamento dos escribas de que somente Deus podia perdoar pecados estava totalmente certo. Além disso, se Cristo não era Deus, como ele afirmava ser, eles estavam corretos ao atribuir blasfêmia a Jesus. O próprio Cristo aceitou essas duas suposições e demonstrou sua divindade no milagre que se seguiu. [Coffman, 1983]
Jesus, conhecendo seus pensamentos. O poder de examinar o coração e de conhecer os pensamentos das pessoas pertence somente a Deus (1Crônicas 28:9; Romanos 8:27; Apocalipse 2:23; Jeremias 17:10). Ao reivindicar isso, como Jesus fez aqui, e muitas vezes em outros lugares, ele deu provas claras de sua onisciência (Jo 2:24-25). [Barnes, 1870]
Uma (Levanta-te, e anda) envolve o “poder” divino, a outra (Teus pecados estão perdoados) “autoridade” divina, e ambas não podem ser feitas senão por Deus. Uma é tão fácil quanto a outra; e ser capaz de fazer uma envolve o direito e o poder de fazer a outra. [Barnes, 1870]
o Filho do homem – ou seja, o Filho de Deus na humilhação de Sua vida na terra.
tem autoridade na terra para perdoar pecados. Bengel diz com razão: “Este fala insinua sua origem celestial”. O propósito de Cristo é provar que a Sua Encarnação não O esvaziou das Suas prerrogativas divinas. Embora humilhado na terra, o poder divino do perdão ainda era Seu. Ao tornar-se homem, Ele não deixou de ser Deus. [Dummelow, 1909]
Marcos (Marcos 2:12, TB) acrescenta seu habitual “no mesmo instante”; Lucas (Lucas 5:25), que ele foi “glorificando a Deus”.
as multidões…temeram – ou então “ficaram maravilhadas”.
autoridade (“poder”, ACF).
O chamado de Mateus
chamado Mateus. Os outros evangelhos o chamam de Levi (compare com Marcos 2:14; Lucas 5:27-28) sentado na coletoria [de impostos].
Segue-me (compare com Mateus 4:18-22; 1Reis 19:19-21; Gálatas 1:16).
Compare com Marcos 2:15-16; Lucas 5:29.
enquanto Jesus estava em casa – ou então, “na casa de Mateus” (NAA, A21).
quando os fariseus viram isto. Os fariseus não foram convidados, mas eles entraram para ver o que estava acontecendo. No Oriente, um banquete é um assunto público, e qualquer pessoa pode participar como espectadora.
Por que o vosso Mestre come com publicanos e pecadores? (compare com Mateus 11:19; Isaías 65:5; Lucas 5:30; 15:1-2; 19:7; 1Coríntios 5:9-11; Gálatas 2:15; Hebreus 5:2). Os fariseus falaram aos discípulos para desviá-los de sua fidelidade ao Mestre. “Publicanos” eram párias sociais e religiosamente quase excomungados. Alguém disse: “Um homem religioso que se torna um publicano, deve ser expulso da sociedade religiosa”. “Não é lícito usar as riquezas de tais homens, dos quais se supõe que toda a sua riqueza foi obtida pelo roubo, e que todos os seus negócios foram feitos por meio de extorsão, como publicanos e ladrões”. Os publicanos estavam proibidos de serem juízes ou de testemunhar: veja em Mateus 5:46. Alguns pensam que “pecadores” é um mero insulto farisaico para publicanos. [Dummelow, 1909]
Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os que estão doentes (compare com Salmo 6:2; 41:4; 147:3; Jeremias 17:14; 30:17; 33:6; Oséias 14:4; Marcos 2:17; Lucas 5:31; 9:11; 18:11-13; Romanos 7:9-24; Apocalipse 3:17-18). Aqui está o princípio fundamental de bondade sobre o qual ele procedeu. Ele não perguntou: Onde posso encontrar os ricos, os honrados ou os eruditos? Esses tinham seus confortos e desprezariam suas ofertas. Ele não visitou Herodes ou César. Ele tratou com aqueles que todos reconheciam como miseráveis e perdidos. Assim, ele declarou visivelmente que o Salvador do homem é, explicitamente, um Salvador dos perdidos. [Whedon, 1874]
ide aprender o que significa (compare com Mateus 12:3,5,7; 19:4; 21:42; 22:31-32; Marcos 12:26; Lucas 10:26; Jo 10:34).
Quero misericórdia, e não sacrifício (compare com Provérbios 21:3; Oséias 6:6; Miqueias 6:6-8). É um protesto do profeta (Oséias 6:6) contra o formalismo destituído de amor e sinceridade de sua época. É muito semelhante à ordem de nosso Senhor (Mateus 5:23-24). Sacrifício sem misericórdia não é um sacrifício aceitável. Amar os pecadores cumpre melhor a lei do que ficar afastado deles. [Cambridge, 1893]
Porque eu não vim chamar os justos, mas sim, os pecadores (compare com Mateus 18:11-13; Marcos 2:17; Lucas 5:32; 15:3-10; 19:10; Romanos 3:10-24; 1Coríntios 6:9-11; 1Timóteo 1:13-16).
mas sim, os pecadores [ao arrependimento]. As palavras “ao arrependimento” presentes em algumas traduções não fazem parte dos principais manuscritos.
O jejum
os discípulos de João (compare com Mateus 11:2; Jo 3:25; Jo 4:1). Seu mestre estava na prisão, e seus corações tristes, influenciados pelas visões ascéticas de seu mestre, bem como por suas circunstâncias calamitosas, dificilmente conseguem entender como Jesus está festejando com os publicanos. Eles tão pouco entendem sua benevolência quanto os fariseus; mas sua falsa visão é de um ponto de vista diferente. O espírito mais severo do Antigo Testamento estava em João e sua missão. Nosso Senhor aqui mostra a eles o caráter mais alegre do Evangelho. [Whedon, 1874]
Por que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes (compare com Mateus 6:16; 11:18-19; Marcos 2:18-22; Lucas 5:33-39; 18:9-12). Alguns manuscritos antigos omitem “muitas vezes”.
os convidados do casamento (“os filhos das bodas”, ACF) – ou seja, os amigos do noivo, que, em meio ao canto e ao toque de instrumentos, conduziam a noiva, com suas acompanhantes, até a casa do noivo e da noiva, e permaneciam para participar da festa de casamento, que geralmente durava sete dias. Aqui os “convidados do casamento” são os discípulos de Cristo. Cristo foi primeiramente chamado de noivo pelo próprio Batista (Jo 3:29).
quando o noivo lhes for tirado. A primeira predição da morte de Jesus no evangelho de Mateus.
e então jejuarão. Referindo-se à tristeza dos discípulos de Cristo após Sua morte. As palavras, porém, talvez possam ser consideradas como sugerindo um lugar permanente para o jejum no sistema cristão de devoção, mas menos proeminente do que no sistema austero de João e no sistema formal do Judaísmo farisaico (veja em Mateus 6:16). [Dummelow, 1909]
Ou seja, o caráter vivo e alegre da religião de Cristo não pode ser remendado satisfatoriamente no sistema austero e sem alegria do Batista. [Dummelow, 1909]
remendo de pano novo. Símbolo do espírito e modo da nova dispensação.
em roupa velha. As instituições do Antigo Testamento e a dispensação de João.
porque tal remendo rasga a roupa, e o rompimento se torna pior – ou então, “pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo” (NVI). Há um contraste entre a antiga e austera dispensação de Moisés e Elias, (este último antitipado em João) e a nova dispensação de paz e salvação. [Whedon, 1874]
odres velhos. Os odres orientais mais comuns são basicamente feitos da pele inteira de uma cabra. O pescoço do animal forma o gargalo do odre. O vinho novo é susceptível de uma certa quantidade de pós-fermentação, de modo que não pode ser armazenado com segurança em odres velhos. As palavras do Senhor sobre odres novos e velhos se aplicam propriamente ao ensino do Batista, mas também podem ser empregadas para judaísmo em geral. Assim, significam que as formas do judaísmo são inadequadas para expressar o espírito do cristianismo, e que aqueles que, como os cristãos judaizantes de Atos, tentam combinar a Lei com o Evangelho e aplicar o ritual mosaico, estão tentando colocar vinho novo em odres velhos. [Dummelow, 1909]
A cura da mulher que tinha um fluxo de sangue e a ressurreição da filha de Jairo
Minha filha acaba de morrer. De acordo com a narrativa mais completa de Marcos e Lucas, Jairo diz que sua filha está “a ponto de morrer”. Depois, chega um mensageiro anunciando que ela está morta. [Dummelow, 1909]
Através dos outros relatos, fica-se sabendo que apenas Pedro, Tiago e João o acompanharam até a interior do recinto, onde esse grande feito foi realizado. Os outros discípulos, no entanto, estavam sem dúvida não muito longe. [Coffman, 1983]
uma mulher enferma de um fluxo de sangue – ou seja, “de uma hemorragia” (NVI).
porque dizia consigo mesma – ou então, “pois pensava” (NVT).
Jesus se virou e a viu. Então disse: Tem bom ânimo (“anime-se!”, NVT), filha. Jesus silenciou seus medos, elogiou sua fé e a despediu em paz.
a tua fé te salvou. Sua fé, sua forte confiança em Jesus, tinha sido o meio de sua restauração. Foi o “poder” de Jesus que a curou; mas esse poder não teria sido exercido sem conexão com a fé. Assim, na salvação de um pecador. Ninguém que não crê é salvo; mas a fé é o instrumento, e não o poder, que salva. [Barnes, 1870]
viu os instrumentistas – ou seja, “a música fúnebre” (NVT).
e a multidão agitada – multidão composta pelas mulheres contratadas para lamentar, e pelos amigos e parentes do chefe da sinagoga. [Meyer, 1873]
mas sim dormindo. Jesus não nega a realidade da morte. Ele quer dizer que a morte será seguida pela ressurreição da morte, assim como as pessoas acordam do sono.
E riram dele. Eles sabiam que a criança estava morta, e não entendiam o que Jesus queria dizer. [Ice, 1974]
Marcos registras as palavras aramaicas reais do Senhor, “Talita cumi”, ou seja, ‘menina, levante-se’. [Dummelow, 1909]
Marcos e Lucas acrescentam que o Senhor ordenou aos pais que não contassem a ninguém sobre o milagre. Alguns pensam que isso foi apenas uma advertência contra as fofocas religiosas. Mais provavelmente, já que a casa estava rodeada por uma multidão agitada, a sua intenção era evitar um tumulto. [Dummelow, 1909]
A cura de dois cegos e um mudo
dois cegos (compare com Mateus 11:5; 12:22; 20:30; Marcos 8:22-23; 10:46; Lucas 7:21; Jo 9:1).
Tem compaixão de nós (compare com Mateus 17:15; Marcos 9:22; Lucas 17:13).
Filho de Davi (compare com Mateus 12:23; 15:22; 20:30-31; 21:9,15; 22:41-45; Marcos 10:47-48; 11:10; 12:35-37; Lucas 18:38-39; 20:41; Jo 7:42; Romanos 1:3). O título pelo qual os cegos se dirigem a nosso Senhor como “o Filho de Davi”, expressava a crença popular de que Ele era o Cristo esperado. Posteriormente ele é usado pela mulher cananeia (Mateus 15:22), e novamente pelos cegos em Jericó (Mateus 20:30-31; Marcos 10:47; Lucas 18:38-39). [Ellicott, 1905]
ele entrou em casa (compare com Mateus 8:14; 13:36) – provavelmente a casa de Pedro, em Cafarnaum.
Credes que posso fazer isto? (compare com Mateus 9:22; 8:2; 13:58; Marcos 9:23-24; Jo 4:48-50; 11:26,40).
tocou os olhos deles (compare com Mateus 20:34; Jo 9:6-7).
Seja feito convosco conforme a vossa fé (compare com 13; 15:28; Marcos 10:52) – em outras palavras, “Por causa da fé que vocês demonstram, acontecerá assim!” (VIVA).
os olhos deles se abriram (compare com Salmo 146:8; Isaías 35:5; 42:7; Jo 9:7-26).
os advertiu severamente, dizendo: Tende o cuidado para que ninguém saiba disso (compare com Mateus 8:4; 12:16; 17:9; Marcos 5:43; Lucas 5:14; 8:56). Para Abbott (1878), “o Salvador muitas vezes parece ter dado [essas] instruções com o objetivo de limitar a publicidade de seus milagres mais notáveis, a fim de manter dentro dos devidos limites o entusiasmo popular que eles ocasionavam. Como os judeus esperavam que o Messias chefiasse seus exércitos e expulsasse os romanos de seus territórios, havia o perigo, se ele se tornasse repentinamente conhecido como o Messias, antes de corrigir o entendimento errôneo deles sobre a natureza de seu reinado, de que se desencadeassem insurreições populares e derramamento de sangue. Em uma ocasião, isso não ocorreu por pouco (Jo 6:15). E, além disso, mesmo que não ocorresse nenhum tumulto popular, quanto maior a publicidade dada aos seus deslocamentos e milagres, maior era o perigo de atraírem a atenção do governo de Herodes na Galileia, ou do Romanos na Judeia”.
divulgaram a notícia acerca dele por toda aquela terra (compare com Mateus 8:4; Marcos 1:44-45; 7:36). Perceba o contraste entre a postura desses ex-cegos, que, apesar da ordem de Jesus, “divulgaram a notícia acerca dele por toda aquela terra”, e os fariseus, que diante de um milagre disseram, “É pelo chefe dos demônios que [Jesus] expulsa os demônios” (Mateus 9:34).
um [homem] mudo e endemoninhado (compare com Mateus 12:22-23; Marcos 9:17-27; Lucas 11:14). Essa mudez não era natural, mas era o efeito da possessão demoníaca. [JFU, 1866]
o mudo passou a falar (compare com Mateus 15:30-31; Ex 4:11-12; Isaías 35:6; Marcos 7:32-37; Lucas 11:14).
Nunca se viu algo assim em Israel (compare com Salmo 76:1; Jeremias 32:20; Lucas 7:9). Eles não ficaram assombrados exclusivamente por este milagre, mas por uma longa série de milagres realizados sucessivamente, dos quais este foi o último. [Dummelow, 1909]
Perceba o contraste entre a postura das multidões, que, “maravilhadas…disseram: Nunca se viu algo assim em Israel”, e a dos fariseus, que diante deste milagre afirmaram, “É pelo chefe dos demônios que [Jesus] expulsa os demônios” (Mateus 9:34).
Compare com Marcos 3:22; Lucas 11:15. Esta acusação é respondida por Jesus em Mateus 12:23-24. Os fariseus não negam o milagre, mas atribuem seu poder ao “príncipe dos demônios”, ou seja, Belzebul.
Compare com Mateus 4:23-24; 11:1,5; Marcos 1:32-39; 6:6,56; Lucas 4:43-44; Lucas 13:22; Atos 2:22; 10:38.
curando todas as enfermidades e doenças [entre o povo] – ou então, “curando todo tipo de doenças e enfermidades” (A21). Os manuscritos mais antigos não trazem “entre o povo”.
ele viu as multidões, teve compaixão delas (compare com Mateus 14:14; 15:32; Marcos 6:34; Hebreus 4:15; 5:2). As palavras seguintes são tão vívidas e enfáticas que podemos acreditar que elas tiveram seu ponto de partida na expressão do próprio Senhor sobre Seus sentimentos. Nós O encontramos usando as mesmas palavras em Mateus 15:32 e Marcos 8:2: “Tenho compaixão da multidão”.
porque andavam aflitas (“atribuladas”, A21) – e não “cansadas”, como trazem algumas traduções. Não eram apenas como ovelhas exaustas e famintas, mas eram como as que foram perseguidas por lobos – vítimas de ladrões e assaltantes (compare com Jo 10:8-12). [Ellicott, 1905]
como ovelhas que não têm pastor (compare com Mateus 10:6; 15:24; Números 27:17; 1Reis 22:17; 2Crônicas 18:16; Isaías 56:9-11; Jeremias 50:6; Ezequiel 34:3-6; Zacarias 10:2; 11:16; 13:7-8).
A colheita, na verdade, é grande (compare com Mateus 28:19; Marcos 16:15; Lucas 10:2; 24:47; Jo 4:35-36; Atos 16:9; 18:10).
mas os trabalhadores são poucos (compare com Salmo 68:11; 1Coríntios 3:9; 2Coríntios 6:1; Filipenses 2:19-21; Colossenses 4:11; 1Tessalonicenses 5:12-13; 1Timóteo 5:17).
rogai (compare com Lucas 6:12-13; Atos 13:2; 2Tessalonicenses 3:1) ao Senhor da colheita que envie trabalhadores à sua colheita (compare com Mateus 10:1-3; Lucas 10:1-2; Jo 20:21; Atos 8:4; 1Coríntios 12:28; Efésios 4:11; Jeremias 3:15; Miqueias 5:7).
Visão geral de Mateus
No evangelho de Mateus, Jesus traz o reino celestial de Deus à terra e, por meio da sua morte e ressurreição, convoca os seus discípulos a viverem um novo estilo de vida. Tenha uma visão geral deste Evangelho através deste breve vídeo (em duas partes) produzido pelo BibleProject.
Parte 1 (9 minutos).
Parte 2 (8 minutos).
Leia também uma introdução ao Evangelho de Mateus.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – maio de 2020.