2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos.

Comentário A. R. Fausset

Por isso – grego: “Por esta causa”: Porque temos o Espírito que dá a liberdade do Senhor, e com o rosto descoberto contemplamos Sua glória ().

tendo este ministério – “O ministério do Espírito” (): o ministério de tal Evangelho espiritual que dá liberdade: retomando , .

misericórdia que nos foi feita – por Deus, em ter tido nos conferido este ministério (). O sentimento de “misericórdia” recebido de Deus, torna os homens ativos para Deus ().

não desfalecemos – em ousadia e perseverança diante do sofrimento (, 8-16, etc.). [Jamieson; Fausset; Brown]

2 Mas já rejeitamos as coisas ocultas e vergonhosas, não andando com astúcia, nem falsificando a Palavra de Deus, mas pela manifestação da verdade à consciência de todos os seres humanos, à vista de Deus.

Comentário A. R. Fausset

coisasvergonhosas – “Eu não me envergonho do Evangelho de Cristo” (). Vergonha levaria a se esconder (); enquanto que “falamos com muita ousadia” (); “Pela manifestação da verdade”. Ele se refere as palavras desonestas de “muitos” mestres em Corinto (; ; ).

nem falsificando a Palavra de Deus – (; compare com , ).

fazemos recomendação de nós mesmos – recorrendo a .

à consciência de todos os seres humanos – (). Não ao julgamento carnal dos homens, como aqueles aludidos o fazem ().

à vista de Deus – (; ). [Jamieson; Fausset; Brown]

3 Porém se o nosso Evangelho está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto;

Comentário A. R. Fausset

Porém se – Sim, mesmo se (admito que é o caso).

está encoberto – (em referência a ).

é para os que se perdem – só no caso deles: para vós o Evangelho é bastante claro. (). Assim, a mesma nuvem que era “luz” para o povo de Deus, era “escuridão” para os inimigos egípcios de Deus (). [Jamieson; Fausset; Brown]

4 Nos quais o deus destes tempos cegou os entendimentos, isto é, os incrédulos, para que não lhes brilhe a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.

Comentário A. R. Fausset

deus destes tempos – O mundano faz dele seu Deus (). Ele é, de fato, “o príncipe do poder do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” ().

entendimentos – “percepções mentais”, como em .

os incrédulos – o mesmo que “os que estão perdidos” (ou “estão perecendo”). Compare . South curiosamente diz: “quando os olhos do criminoso estão cobertos, ele não está longe de sua execução” (). Aqueles que perecem incrédulos não estão meramente velados, mas cegados (, ): Grego, não “cego”, mas “endurecido”.

luz do Evangelho da glória de Cristo – Em outras palavras: “A iluminação (esclarecedor: a propagação daqueles já iluminados, para os outros da luz) do Evangelho da glória de Cristo”. A “glória de Cristo” não é uma mera qualidade (como “glorioso” expressaria) do Evangelho; é a sua essência e assunto.

imagem de Deus – implicando identidade de natureza e essência (; ; ). Aquele que deseja ver “a glória de Deus” pode vê-la “na face de Jesus Cristo” (; ). Paulo aqui recorre a . Cristo é “a imagem de Deus”, na qual “mesma imagem” nós, olhando no espelho do Evangelho, somos transformados pelo Espírito; mas esta imagem não é visível para os cegados por Satanás (Alford). [Jamieson; Fausset; Brown]

5 Porque nós não pregamos a nós mesmos, mas sim a Cristo Jesus, o Senhor; e a nós mesmos como vossos servos, por causa de Jesus.

Comentário A. R. Fausset

Porque – Sua cegueira não é nossa culpa, como se tivéssemos objetivos egoístas em nossa pregação.

pregamosCristoo Senhor – em vez disso, “Cristo como Senhor”, e nós mesmos como vossos servos, etc. “Senhor”, ou “Mestre”, é o termo correlativo para “servos”. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

6 Porque o Deus que disse que das trevas brilhasse a luz é o mesmo que brilhou em nossos corações, para a iluminação do conhecimento da glória de Deus no rosto de Jesus Cristo.

Comentário A. R. Fausset

Deus que disse que das trevas brilhasse a luz – ()

é o mesmo que brilhou – Ele mesmo nossa Luz e Sol, assim como o Criador de luz (; ). O mundo físico responde ao espiritual.

em nossos corações – em si mesmos escuros.

para a iluminação – isto é, para propagar aos outros a luz que está em nós (compare com ).

da glória de Deus – em resposta à “glória de Cristo” (ver em ).

no rosto de Jesus Cristo – Cristo é a manifestação da glória de Deus, como Sua imagem (). A alusão ainda é para o brilho no “rosto” de Moisés. A única verdadeira e plena manifestação do brilho e da glória de Deus é “na face de Jesus” (). [Jamieson; Fausset; Brown]

7 Porém temos este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.

Comentário A. R. Fausset

“Para que ninguém diga: Como é que continuamos a gozar de uma glória tão indescritível num corpo mortal? Paulo responde, este mesmo fato é uma das mais maravilhosas provas do poder de Deus, que um vaso de barro poderia suportar tal esplendor e guardar tal tesouro” (Crisóstomo). O tesouro ou “a luz do conhecimento da glória de Deus”. O frágil “vaso de barro” é o corpo, o “homem exterior” (; compare com ), sujeito a aflições e morte. Assim como a luz nos jarros de Gideão (, ). Os antigos costumavam guardar seus tesouros em potes ou vasos de barro.

a excelência do poder… – que o poder do ministério (o Espírito Santo), em relação à sua incomparável “excelência”, exibida em ganhar almas () e nos sustentar ministros, pode ser atribuído unicamente a Deus, sendo fracos como vasos de barro. Deus frequentemente permite que o vaso seja lascado e quebrado, para que a excelência do tesouro contido, e do poder que esse tesouro tem, possa ser todo Seu (; ).

seja de Deus, e não de nós – e sim, como grego, “pode ​​ser Deus (pode ser visto e felizmente () reconhecido como pertencendo a Deus), e não (vindo) de nós. O poder não vem simplesmente de Deus, mas pertence a Ele continuamente, e deve ser atribuído a ele. [Jamieson; Fausset; Brown]

8 Somos em tudo afligidos, mas não esmagados; perplexos, mas não desesperados;

Comentário A. R. Fausset

Somos em tudo – grego, “em todos os aspectos” (compare , “sempre”; ). Este versículo expressa aflições internas; , aflições externas (). “Lutas por fora, temores por dentro”. A primeira sentença em cada membro da série de particípios contrastados, implica o caráter terrestre dos vasos; a segunda cláusula, a excelência do poder.

perplexos, mas não desesperados – grego, “não totalmente perplexo”. Como perplexidade refere-se ao futuro, então “perturbado” ou “duramente pressionado” refere-se ao presente. [Jamieson; Fausset; Brown]

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9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, porém não destruídos.

Comentário A. R. Fausset

mas não desamparados – por Deus e pelo homem. Jesus foi abandonado por ambos; assim seus sofrimentos excedem os do Seu povo ().

abatidos – não somente“perseguido”, isto é, perseguido como um cervo ou pássaro (), mas derrubado como um alvo na perseguição (). [Jamieson; Fausset; Brown]

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10 Sempre por todas as partes trazendo a mortificação do Senhor Jesus no corpo, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos.

Comentário A. R. Fausset

trazendo a mortificação do Senhor Jesus no corpo – isto é, tendo meu corpo exposto a morte por causa de Jesus (os manuscritos mais antigos omitem “do Senhor”), e tendo nele as marcas de tais sofrimentos, eu, portanto, suporto aonde quer que eu vá, um reflexo do Salvador sofredor em minha própria pessoa (; ; compare com ). Sem dúvida, Paulo foi exposto a mais perigos do que os registrados em Atos (compare ; ). O grego para “mortificação” é literalmente “fazendo um cadáver”, assim Paulo considerava seu corpo, ainda um cadáver que compartilha o poder vivificante da ressurreição de Cristo, como ele compartilhou em Sua mortificação e morte.

para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos – O nome “Jesus”, é frequentemente repetido por Paulo aqui, como se, em meio a sofrimentos, ele peculiarmente tenha sentido sua doçura. Em as mesmas palavras ocorrem com a variação “em nossa carne mortal. O fato de um corpo moribundo, semelhante a um cadáver, ser sustentado em meio a tais provações, manifesta que “a vida (ressuscitada) também”, bem como a morte “de Jesus”, exerce seu poder em nós. Assim, tenho em minha própria pessoa uma imagem do Salvador ressuscitado e vivo, bem como do sofrimento. O “nossos” é adicionado aqui ao “corpos”, embora não no início do verso. “Pois o corpo é nosso não tanto na morte, quanto na vida” (Bengel). [Jamieson; Fausset; Brown]

11 Porque nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.

Comentário A. R. Fausset

nós, que vivemos – no poder da “vida” de Cristo manifestada em nós, em todo nosso corpo assim como no espírito (; ver em ; compare com ). Paulo considera sua preservação em meio a tantas exposições à “morte”, pelas quais Estevão e Tiago foram levados, como um milagre permanente ().

entregues à – não por acaso; pela determinação da Providência, que mostra “a excelência do Seu poder” (), ao entregar à MORTE os Seus santos, para que Ele possa manifestar a VIDA também na sua carne moribunda. “Carne”, o próprio elemento de decadência (não meramente “corpo”), é por Ele feito para manifestar a vida. [Jamieson; Fausset; Brown]

12 De maneira que a morte opera em nós, mas em vós opera a vida.

Comentário A. R. Fausset

A “morte” de Cristo manifestada no contínuo “perecer do nosso homem exterior” (), opera peculiarmente em nós, e é o meio de operar “vida” espiritual em vós. A vida da qual nós testemunhamos em nosso corpo moribundo, se estende além de nós mesmos, e é trazida por nossa própria morte à vocês. [Jamieson; Fausset; Brown]

13 E nós temos o mesmo Espírito de fé, assim como está escrito: Cri, e por isso falei; Nós também cremos, e por isso também falamos,

Comentário A. R. Fausset

Traduza como grego, “MAS tendo”, etc., ou seja, não obstante os julgamentos que acabamos de mencionar, temos, etc.

o mesmo Espírito de fé, assim como… – Compare com , sobre o uso de “Espírito de fé”. O Espírito Santo agindo em nosso espírito. Embora “a morte opera em nós, mas em vós opera a vida” (), como temos o mesmo Espírito de fé que vós, nós também (crendo) procuramos a mesma vida imortal que vós (Estius), e falamos o que acreditamos. [Jamieson; Fausset; Brown]

14 sabendo que o que ressuscitou ao Senhor Jesus, também nos ressuscitará por meio de Jesus, e nos apresentará juntos de vós.

Comentário A. R. Fausset

sabendo – pela fé ().

por meio de Jesus – Os manuscritos mais antigos têm “com Jesus”.

nos apresentará – imaginando vividamente a cena diante dos olhos ().

junto de vós – (; ; ). [Jamieson; Fausset; Brown]

15 Porque todas estas coisas são por causa de vós, para que a graça aumente por meio de muitas pessoas, superabundando os agradecimentos à glória de Deus.

Comentário A. R. Fausset

todas estas coisas – aflições e trabalhos de nós, ministros (), ou a sua prosperidade (; ; ).

por – confirmando o “de vós” (), e “em vós opera a vida” ().

por causa de vós – (). [Jamieson; Fausset; Brown]

16 Por isso não desfalecemos; mas ainda que nosso ser exterior se destrua, todavia o interior se renova a cada dia.

Comentário A. R. Fausset

não desfalecemos – apesar dos nossos sofrimentos. Retomando .

nosso ser exterior – o corpo, a carne.

de destrua – “esteja se desgastando” pelas aflições.

o interior – nosso ser espiritual e verdadeiro, a “vida” que mesmo em nossos corpos mortais () “manifesta a vida de Jesus”.

se renova – “está sendo renovada”, isto é, com nova “graça” (), e “fé” (), e esperança (). [Jamieson; Fausset; Brown]

17 Porque nossa leve e momentânea aflição nos produz um peso eterno de excelentíssima glória.

Comentário A. R. Fausset

de excelentíssima – em vez disso, “de uma maneira superior e ainda mais extraordinária” (Alford); “Mais e mais excessivamente” (Ellicott, Trench e outros). Grego, “em excesso e em excesso”. A glória excede além de qualquer medida a aflição. [Jamieson; Fausset; Brown]

18 Por isso nós não prestamos atenção para as coisas visíveis, mas sim para as invisíveis; porque as coisas visíveis são temporárias, mas as invisíveis são eternas.

Comentário A. R. Fausset

não prestamos atenção – como nosso objetivo.

coisas visíveis – “coisas terrenas” (). Não nos importamos com as coisas visíveis, quer venha a aflição ou o descanso, de modo a ser seduzido por este último, ou dissuadido pelo primeiro (Crisóstomo).

temporárias – sim, “por um tempo”; em contraste com eterno.

coisasinvisíveis – não as coisas invisíveis de , mas as coisas que, embora não sejam vistas agora, serão depois. [Jamieson; Fausset; Brown]

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Visão geral de 2Coríntios

Na sua Segunda Epístola aos Coríntios, “Paulo resolve o seu conflito com os Corintos mostrando como o escândalo da crucificação de Jesus vira o nosso sistema de valores de cabeça pra baixo”. Tenha uma visão geral da carta através deste breve vídeo (9 minutos) produzido pelo BibleProject.

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – fevereiro de 2018.