No suor do teu rosto comerás o pão até que voltes à terra, porque dela foste tomado; porque pó és, e ao pó voltarás.
Comentário de Robert Jamieson
até que voltes à terra. O homem se tornou mortal; embora ele não tenha morrido no momento em que comeu o fruto proibido, seu corpo sofreu uma mudança, e isso levaria à dissolução; a união subsistindo entre sua alma e Deus já tendo sido dissolvido, ele se tornou responsável por todas as misérias desta vida e pelas dores do inferno para sempre. Que capítulo triste esta na história do homem! Ele dá o único relato verdadeiro da origem de todos os males físicos e morais que existem no mundo; sustenta o caráter moral de Deus; mostra que o homem, feito reto, caiu de não ser capaz de resistir a uma leve tentação; e tornando-se culpado e miserável, mergulhou toda a sua posteridade no mesmo abismo (Romanos 5:12). Quão surpreendente a graça que naquele momento deu a promessa de um Salvador e conferiu àquele que teve a vergonha de introduzir o pecado a honra futura de introduzir esse Libertador (1Timóteo 2:15). [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de Carl F. Keil
No suor do teu rosto comerás o pão (לֶחֶם, como em Jó 28:5; Salmo 104:14) até que voltes à terra. Formado do pó, ele voltará ao pó novamente. Isso foi o cumprimento da ameaça, “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”, que começou a ter efeito imediatamente após a violação do mandamento divino; pois não apenas o homem se tornou mortal naquele momento, mas também ficou sob o poder da morte, recebeu em sua natureza o embrião da morte, cuja maturidade produziu sua dissolução eventual em pó. A razão pela qual a vida do homem não chegou ao fim imediatamente após ter comido do fruto proibido não foi que “a mulher havia sido criada entre a ameaça e a queda, e consequentemente a fonte da vida humana havia sido dividida, a vida originalmente concentrada em um único Adão compartilhada entre homem e mulher, pela qual a influência destrutiva do fruto foi modificada ou enfraquecida” (v. Hoffmann), mas que a misericórdia e a longanimidade de Deus deram espaço para o arrependimento, e assim controlaram [and ordered] o pecado dos homens e o castigo do pecado, de modo a torná-los subservientes à realização de Seu propósito original e à glorificação de Seu nome. [Keil, 1861-2]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.