Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? Ou com que nos justificaremos? Deus achou a maldade de teus servos: eis que, nós somos servos de meu senhor, nós, e também aquele em cujo poder foi achado o copo.
Comentário de Robert Jamieson
(16-34) A fala de Judá não necessita de comentários — consistindo a princípio de frases curtas e fragmentadas, como se, sob a força avassaladora das emoções do orador, sua fala estivesse sufocada, torna-se mais livre e abundante à medida que ele continua a falar, esforçando-se para se expressar. Cada palavra encontra seu caminho para o coração; e pode-se imaginar que Benjamin, que permanecia ali em silêncio, como uma vítima prestes a ser sacrificada, ao ouvir a oferta magnânima de Judá de se submeter à escravidão para o resgate dele, ficaria vinculado por uma gratidão vitalícia a seu generoso irmão, um laço que parece ter se tornado hereditário em sua tribo. O comportamento de José não deve ser avaliado a partir de um único ponto ou em partes separadas, mas como um todo – um plano bem pensado, cuidadosamente concebido e intimamente conectado; e embora algumas características possam exibir uma aparência de dureza, o princípio predominante de sua conduta era de real e genuína bondade fraternal. Lida sob essa luz, a narrativa dos acontecimentos descreve a busca contínua, embora secreta, de um único objetivo; e José demonstra, na execução do seu plano, um alto grau de inteligência, um coração caloroso e sensível, unido a um discernimento que exercia completo controle sobre seus sentimentos — uma feliz habilidade em conceber meios para alcançar seus fins e uma adesão inflexível ao caminho, por mais doloroso que fosse, que a prudência exigia. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.