Por isso desci para livrá-los da mão dos egípcios, e tirá-los daquela terra, fazendo-os subir para uma terra boa e larga, para uma terra que flui leite e mel, para o lugar dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus.
Comentário Barnes
A riqueza natural da Palestina, a variedade e excelência de suas produções, são atestadas por escritores sagrados (compare Jeremias 32:22; Ezequiel 20:6) e antigos, cujas descrições contrastam fortemente com as de viajantes posteriores. A expressão “flui leite e mel” é usada proverbialmente por poetas gregos.
Esta é a primeira passagem neste livro onde a enumeração, tantas vezes repetida, das nações que então possuíam a Palestina, é dada. Moisés deveria aprender imediatamente a extensão da promessa e a grandeza do empreendimento. No Egito, as forças, a situação e o caráter dessas nações eram então bem conhecidos. Aahmes I havia invadido o sul da Palestina em sua perseguição ao Shasous; Tothmosis I atravessou todo o país em sua campanha na Síria e na Mesopotâmia; representações dos cananeus e dos cheta, identificados pela maioria dos egiptólogos com os hititas, são comuns em monumentos das dinastias 18 e 19 e dão uma forte impressão de sua civilização, riquezas e, especialmente, de seu conhecimento das artes da guerra. Nesta passagem, as designações mais gerais vêm primeiro – os cananeus provavelmente incluem todas as raças; os hititas, que tinham um grande número de carros (892 foram tirados deles por Tothmosis III em uma batalha), ocuparam as planícies; os amorreus eram principalmente montanhistas e, em inscrições egípcias, davam seu nome a todo o país; o nome perizeus provavelmente denota os moradores de aldeias dispersas, a população meio nômade; os heveus, um povo comparativamente antipático, mas influente, ocupavam 4 cidades na Palestina propriamente dita, mas seu corpo principal morava no distrito do noroeste, de Hermon a Hamate (ver Josué 11:3; Juízes 3:3); os jebuseus daquela época parecem ter ocupado Jerusalém e o distrito vizinho. Logo após sua expulsão por Josué, eles parecem ter recuperado a posse de parte de Jerusalém, provavelmente o Monte Sião, e a reteve até a época de Davi. [Barnes, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.
