E quando na roupa houver praga de lepra, em vestido de lã, ou em vestido de linho;
Comentário de Robert Jamieson
E quando na roupa houver praga de lepra – É bem sabido que doenças infecciosas, como escarlatina, sarampo, a peste, são absorvidas e carregadas pelas roupas. Mas a linguagem desta passagem indica claramente uma doença à qual as próprias roupas estavam sujeitas, e que foi seguida por efeitos análogos àqueles que a lepra maligna produz no corpo humano – pois regulamentações similares foram feitas para a inspeção rígida de roupas suspeitas por um padre como para o exame de uma pessoa leprosa. Há muito tem sido conjecturado e recentemente determinado pelo uso de uma lente, que a condição leprosa do suíno é produzida por miríades de minúsculos insetos engendrados em sua pele; e considerando toda a lepra como da mesma natureza, acredita-se que isso forneça uma razão suficiente para a injunção na lei mosaica de destruir as roupas nas quais a doença, após cuidadosa observação, parecia se manifestar. Roupas são às vezes vistas contaminadas por esta doença nas Índias Ocidentais e nas partes do sul da América [Whitlaw, Código de Saúde]; e pode-se presumir que, como os hebreus viviam no deserto, onde não tinham a conveniência de mudanças e lavagens frequentes, as roupas que usavam e os tapetes de pele em que se encontravam seriam capazes de criar parasitas infecciosos, que, sendo resolvido no material, seria imperceptivelmente roê-lo e deixar manchas semelhantes às descritas por Moisés. É bem sabido que a lã de ovelha morrendo de doença, se não tivesse sido retirada do animal enquanto vivia, e também peles, se não for completamente preparada pela lavagem, estão sujeitas aos efeitos descritos nesta passagem. As manchas são descritas como de cor esverdeada ou avermelhada, segundo, talvez, a cor ou a natureza dos ingredientes utilizados na preparação dos mesmos; para os ácidos, converter as cores vegetais azuis em vermelho e os álcalis mudam para verde [Brown]. Parece, então, que a lepra, embora às vezes infligida como um julgamento milagroso (Números 12:10; 2Reis 5:27), era uma doença natural, que ainda é conhecida nos países orientais; enquanto as regras prescritas pelo legislador hebraico para distinguir o verdadeiro caráter e as variedades da doença e que são muito superiores ao método de tratamento agora seguido nessas regiões, mostram a sabedoria divina pela qual ele foi guiado. Sem dúvida, a origem da doença é devido a algumas causas latentes na natureza; e talvez um conhecimento mais extenso da arqueologia do Egito e da história natural dos países adjacentes, pode confirmar a opinião de que a lepra resulta de insetos nocivos ou de uma fermentação pútrida. Mas qualquer que seja a origem ou causa da doença, as leis promulgadas por autoridade divina a respeito, enquanto apontavam em primeira instância a fins sanitários, pretendiam, ao estimular o cuidado contra a contaminação cerimonial, estimular um espírito de medo religioso e pureza interior. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.