O maná era como semente de coentro, e sua cor como cor de bdélio.
Comentário de Rayner Winterbotham
O maná era como semente de coentro. Supõe-se comumente que a breve descrição aqui inserida pretendia mostrar a irracionalidade das queixas populares. Não há vestígios de tal propósito. Na medida em que a descrição traz informações frescas, foi simplesmente sugerida pela ocorrência da palavra “maná”, de acordo com o estilo ingênuo da narrativa. Se algum propósito moral deve ser atribuído a essa digressão, seria antes sugerir que o povo tinha alguma tentação real de reclamar. Muitas vezes se esquece que, embora o maná fosse sobrenatural, pelo menos quanto à quantidade e regularidade de seu suprimento, ainda assim, como artigo de comida, não continha elementos sobrenaturais. Se tivéssemos que viver apenas de bolos aromatizados com mel ou com azeite, é certo que em breve os encontraríamos empalidecendo nosso apetite. Aos olhos do salmista, o maná apareceu como alimento dos anjos (Salmo 78:25); mas então o salmista não viveu de maná todos os dias por um ano. Devemos lembrar, neste como em muitos outros casos, que os israelitas não seriam “nossas assembléias” (τύποι ἡμῶν, 1Coríntios 10:6) se não tivessem sucumbido a tentações reais.
sua cor como cor de bdélio. Veja em Gênesis 2:12. Como ninguém sabe nada sobre bdélio, isso não acrescenta nada ao nosso conhecimento do maná. A Septuaginta tem aqui εῖδος κρυστάλλου, “a aparência do gelo”, ou talvez “da geada”. Como traduz bdélio em Gênesis 2:12 por ἄνθραξ (carbúnculo), é provável que a comparação com o gelo aqui se deva a alguma tradição sobre o maná. Tomando esta passagem em conexão com Êxodo 16:31, podemos razoavelmente conjecturar que era de um branco opalescente, a mesma cor provavelmente mencionada em relação ao maná em Apocalipse 2:17. [Winterbotham, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.