Porque onde iria eu com minha desonra? E ainda tu serias estimado como um dos perversos em Israel. Rogo-te, pois, agora, que fales ao rei, que não me negará a ti.
Comentário de Keil e Delitzsch
(12-13) Tamar tentou escapar apontando para a maldade de tal desejo: “Orai, não, meu irmão, não me humilhe, pois não fazem tais coisas em Israel: não faça esta loucura”. As palavras lembram Gênesis 34:7, onde a expressão “loucura” (nebalah) é usada pela primeira vez para denotar falta de castidade. Tal pecado estava totalmente fora de sintonia com o chamado e santidade de Israel (vid., Levítico 20:8.). “E eu, para onde devo levar minha vergonha?” ou seja, a vergonha e o desprezo me encontrariam em todos os lugares. “E tu serias como um dos tolos em Israel”. Nós dois devemos colher nada além de vergonha disso. O que Tamar ainda disse: “Agora, pois, rogo-te, falas ao rei, porque ele não me recusará a ti”, está sem dúvida em desacordo com a lei que proíbe o casamento entre irmãos e irmãs (Levítico 18: 9, Levítico 18:11; Levítico 20:17); mas de forma alguma prova que as leis de Levítico não existiam na época, nem mesmo pressupõe que Tamar ignorasse tal lei. Ela simplesmente disse isso, como observa Clericus, “para que ela pudesse escapar de suas mãos por qualquer meio ao seu alcance, e evitar inflamá-lo ainda mais e levá-lo ao pecado, impedindo qualquer esperança de casamento”.
(Nota: Josefo adota esta explicação: “Isso ela disse, como desejosa de evitar a paixão violenta de seu irmão no momento” (Ant. viii. 8, 1).)
Não podemos, portanto, inferir dessas palavras dela, que ela realmente achava que o rei poderia conceder uma dispensa dos obstáculos existentes ao casamento. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.