E um dos anciãos me disse: ‘Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu, para abrir o livro e soltar seus sete selos’.
E um dos anciãos me disse (Apocalipse 4:4). Nenhuma razão particular é atribuída ao motivo pelo qual esta mensagem foi entregue por um dos anciãos em vez de por um anjo. Se os presbíteros fossem, entretanto (Apocalipse 4:4), os representantes da igreja, era apropriado que eles se dirigissem a João em seu problema. Embora estivessem no céu, estavam profundamente interessados em tudo o que dizia respeito ao bem-estar da igreja, e foi-lhes permitido compreender o que ainda era desconhecido para ele, que o poder de abrir o misterioso volume que continha a revelação do futuro foi confiado particularmente ao Messias. Tendo esse conhecimento, eles estavam preparados para confortá-lo com a esperança de que o que havia de tão misterioso se tornasse conhecido.
Não chores – isto é, não há motivo para lágrimas. O objetivo que você tanto deseja pode ser obtido. Há alguém que pode abrir esses selos, e quem pode desenrolar aquele volume e ler o que está registrado ali.
eis que o Leão da tribo de Judá. Isso sem dúvida se refere ao Senhor Jesus; e os pontos que precisam ser explicados são: por que ele é chamado de Leão e por que ele é chamado de Leão da tribo de Judá:
(a) Quanto ao primeiro: Esta denominação não é dada em outro lugar ao Messias, mas não é difícil ver sua adequação como usada neste lugar. O leão é o rei das feras, o monarca da floresta, e assim se torna um emblema de alguém de autoridade real e de poder (Apocalipse 4:7), e como tal a denominação é usada neste lugar. É porque Cristo tem poder para abrir os selos – como quem governa o universo, e todos os eventos estão sob seu controle, como o leão governa na floresta – que o nome lhe é dado aqui.
(b) Quanto ao outro ponto: Ele é chamado de “Leão da tribo de Judá”, sem dúvida, com referência à profecia em Gênesis 49:9 – “Judá é um leãozinho; da presa você subiu, meu filho. Ele se agacha e se deita como leão e como leoa” (NAA); e do fato de que o Messias era da tribo de Judá. Compare com Gênesis 49:10. Este uso do termo o conectaria na compreensão de João com a profecia, e sugeriria a ele a ideia de ser um governante, ou ter domínio. Como tal, portanto, seria apropriado que o poder de abrir esses selos fosse confiado a ele.
a Raiz de Davi. Não a Raiz de Davi no sentido de que Davi brotou dele como uma árvore brota de uma raiz, mas no sentido de que ele mesmo foi um ” rebento de raiz” ou broto de Davi, e brotou dele como um rebento ou ramo brotando de uma árvore decadente e caída. Veja as notas em Isaías 11:1. Essa expressão o conectaria diretamente com Davi, o grande e glorioso monarca de Israel, e como tendo o direito de ocupar seu trono. Como alguém que assim governava o povo de Deus, era apropriado que a ele fosse confiada a tarefa de abrir esses selos.
venceu – isto é, ele adquiriu esse poder como resultado de um conflito ou luta. A palavra usada aqui – ἐνίκησεν enikēsen – refere-se a tal conflito ou luta, significando propriamente sair vencedor, superar, conquistar, subjugar; e a ideia aqui é que seu poder para fazer isso, ou a razão pela qual ele faz isso, é o resultado de um conflito no qual ele foi um vencedor. Como a série de eventos a serem divulgados, resultando no triunfo final da religião, foi o efeito de seus conflitos com os poderes do mal, havia uma razão especial de que a revelação deveria ser feita por ele. [Barnes]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.