E matou a Tiago, o irmão de João, pela espada.
Comentário de David Brown
matou…pela espada – muito provavelmente por decapitação, o que (como Lightfoot demonstra) era considerado pelos judeus como o auge da desonra. Sobre esse Tiago mais velho, pouco sabemos, exceto o que lemos nos Evangelhos e aqui — que ele foi um dos três que, de todos os Doze, tiveram o privilégio de testemunhar a transfiguração, a ressurreição da filha de Jairo e a agonia no jardim; que ele e seu irmão mais jovem, João, foram chamados por seu Mestre de “filhos do trovão”; que, através de sua mãe, eles pediram os lugares de honra à direita e à esquerda no reino esperado; e que, quando perguntados se seriam capazes de beber do cálice de seu Mestre e serem batizados com o Seu batismo, responderam que sim, e Jesus lhes disse que de fato teriam que fazer isso, mas que o que buscavam estava sob outro arranjo: finalmente, vemos Tiago aqui, como mártir de Jesus, de fato bebendo do cálice de seu Mestre e, com seu batismo de sangue, sendo por fim batizado.
Fica a pergunta de por que não temos relatos de seus trabalhos apostólicos e por que, enquanto a morte de Estêvão é registrada com tantos detalhes, a de Tiago é mencionada em apenas um breve versículo. Várias explicações foram dadas para esta última circunstância. Mas, assim como o Batista foi executado de forma privada e rápida, e sua morte registrada em poucas palavras (Marcos 6:27), é provável que o assassinato de Tiago tenha sido igualmente rápido, sem incluir detalhes de interesse. Quanto aos seus trabalhos apostólicos — já que dos “três primeiros” apóstolos, Pedro, envolvido com o trabalho público de seu Mestre, não podia supervisionar a Igreja em Jerusalém, e João, o outro membro deste triunvirato, sempre acompanhava Pedro — a principal responsabilidade da igreja em Jerusalém recairia sobre esse Tiago mais velho; e, embora seu trabalho nessa função fosse muito discreto para render material histórico digno de preservação neste livro, seu caráter fervoroso, agora amadurecido, junto com sua posição entre os Doze, lhe renderia a estima e o amor da Igreja, tornando-o de tal valor para a causa cristã em Jerusalém, que os que buscavam destruí-la não dariam descanso a Herodes até que ele consentisse em livrá-los desse líder incômodo do interesse cristão na capital. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.