Atos 16:17

Esta, seguindo após Paulo e nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo, que nos anunciam o caminho da salvação.

Comentário de Phillip Schaff

clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo. Este testemunho por parte do espírito maligno que possuía a infeliz escrava para a obra e poder de Cristo e Seus servos, Paulo e Silas, não foi um incidente incomum nos primeiros dias do cristianismo. Em várias ocasiões, durante o ministério público do Senhor Jesus, esses ‘demônios’ deram testemunho alto e público de Sua majestade e poder; eles não apenas obedeceram à Sua voz e libertaram suas pobres vítimas de sua presença, mas, aparentemente por sua própria vontade, testemunharam a glória velada do Mestre desconhecido, declarando agora que Ele era o Santo de Deus, e em outro momento o Filho de Deus. É observável que nem Cristo nem Seus servos jamais aceitariam este testemunho de demônios. Em várias ocasiões está expressamente registrado como o Mestre silenciou esses espíritos malignos na hora de seu reconhecimento de Sua majestade (veja, por exemplo, Marcos 3:12; Lucas 4:34-35; Lucas 4:41).

Da mesma maneira, lemos como Paulo aqui, sendo entristecido ou perturbado pelo reconhecimento perpétuo do demônio de sua missão divina, em nome de seu Mestre silenciou e expulsou o espírito que havia feito sua morada no pobre escravo de Filipos. Uma pergunta curiosa, porém, se sugere, como foi que Paulo sofreu com o demônio, depois de ter consciência de sua presença, tanto tempo para ficar atormentando a moça? A explicação de Bengel é singular. Ele conclui que o espírito não pertencia à pior ordem dos espíritos, caso contrário, a indignação de Paulo foi mais rapidamente despertada. Mas a verdadeira explicação parece ser que havia algo na infeliz possuída que impedia uma libertação anterior. Há pouca dúvida de que essas terríveis doenças da alma que, nos dias de Cristo e Seu servo Paulo, aparentemente se enfureceram em formas estranhamente agravadas, eram muitas vezes devidas, em primeira instância, a algum pecado terrível que a vítima infeliz havia cometido. A possessão demoníaca, no entanto, parece, em alguns casos, ter sido herdada; ‘Os pecados do pai foram visitados nos filhos’. Essa herança do mal é uma coisa desconhecida entre nós agora?

Não sabemos nada das circunstâncias da posse deste escravo de Filipos. Havia algo sem dúvida relacionado a isso, que impediu Paulo de um exercício anterior de seu poder exorcista. As palavras da narrativa parecem sugerir que, no final, a expulsão do espírito foi determinada antes para silenciar o testemunho indesejado de um demônio do que para beneficiar o sofredor. No caso dela, a remissão do castigo, se fosse um castigo, possivelmente não teria sido uma bênção. É, no entanto, mais do que provável que, durante ‘os muitos dias’, algumas das solenes e belas palavras de Cristo pronunciadas ou explicadas por Paulo tenham penetrado na pobre alma escura desta infeliz, e despertado nela alguma sensação de sua perda. e estado degradado. Então ela talvez tenha gritado por ajuda, e a recebeu. Toda a questão da “possessão por espíritos malignos”, insanidade em suas variadas formas, epilepsia e outras doenças afins, e sua conexão com o pecado, ainda é muito pouco compreendida. [Schaff, aguardando revisão]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.