Mas Paulo clamou em alta voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, porque todos nós estamos aqui.
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Comentário de David Brown
Mas Paulo clamou em alta voz – para deter o ato fatal:
Não te faças nenhum mal, porque todos nós estamos aqui. Que calma e autocontrole divinos! Nenhuma exaltação por sua libertação milagrosa, nem pressa para aproveitar a oportunidade: apenas um pensamento encheu a mente do apóstolo naquele momento – a preocupação de salvar uma criatura humana de lançar-se à eternidade, ignorante do único caminho para a vida. Sua presença de espírito aparece na segurança que prontamente dá ao homem desesperado, de que nenhum dos prisioneiros havia fugido, como ele temia.
Mas, como, alguns críticos céticos perguntam, Paulo poderia saber, de sua prisão interior, o que o carcereiro estava prestes a fazer? Existem muitas maneiras concebíveis, sem precisar supor uma comunicação sobrenatural. Por exemplo, se o carcereiro dormia na porta da “prisão interior”, que se abriu de repente quando o terremoto abalou os alicerces do edifício; se, como é fácil imaginar, ele soltou algum grito de desespero ao ver as portas abertas; e se o som do aço, quando o homem assustado puxou apressadamente a espada da bainha, foi audível a poucos metros de distância, no silêncio da meia-noite – aumentado pela reverência inspirada nos prisioneiros pelo milagre – qual é a dificuldade em supor que Paulo, percebendo de imediato o que estava acontecendo, depois de gritar, tenha corrido até ele, proferindo o nobre pedido aqui registrado?
Não menos irrelevante é a pergunta sobre por que os outros prisioneiros libertados não fugiram – como se fosse difícil entender que, diante da convicção irresistível de que algo sobrenatural estava por trás de sua libertação instantânea, sem intervenção humana, um sentimento de espanto e reverência tomou conta deles, a ponto de, por um tempo, suprimir não apenas o desejo de escapar, mas até mesmo qualquer pensamento sobre isso. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.