Em Daniel 11:25, coragem é a tradução da palavra hebraica para ‘coração’; em Amós 2:16, ‘corajoso’ é literalmente ‘o mais robusto de coração’. Em outras partes do Antigo Testamento, as ideias fundamentais das palavras geralmente usadas são ‘ser firme’ (’âmçts) e ‘ser forte’ (châzaq). A coragem, sendo uma qualidade da mente, tem manifestações diversas, como, por exemplo, na resistência do sofredor, na ousadia do reformador e na ‘luta’ do crente (Efésios 6:12), assim como na valentia do soldado. Sorley diz que a coragem moral é ‘o controle do medo dos males sociais (desonra ou ridículo daqueles que determinam a opinião da comunidade), enquanto a aplicação comum da coragem é ao medo dos males físicos’ (Baldwin, Dict. of Philosophy, i. 239).
No Novo Testamento, o substantivo grego para ‘coragem’ é encontrado apenas em Atos 28:15. O verbo correspondente é traduzido como ‘ter bom ânimo’; mas uma forma posterior do mesmo verbo ocorre seis vezes e é traduzida em algumas versões como ‘ter coragem’. A relativa raridade da palavra ‘coragem’ não implica nenhum desprezo pela virtude, pois exortações para ‘ser forte’ e ‘não temer’ são frequentes. T. H. Green, comparando os ideais gregos e cristãos de virtude (Prolegomena to Ethics, p. 277 ff.), mostra como a concepção de heroísmo moral foi grandemente ampliada. A coragem é definida como ‘a vontade de suportar mesmo até a morte por um fim digno’; portanto, o cristão pode ser corajoso ‘em obras não publicamente reconhecidas de amor, assim como no esplêndido heroísmo diante do qual um mundo poderia se maravilhar’. [J. G. Tasker, Hastings, 1909]