Então vi toda a obra de Deus, que o homem não pode compreender a obra que é feita abaixo do sol; mesmo que o homem trabalhe para a buscar, ele não a encontrará; ainda que o sábio diga que a conhece, ele não pode compreendê -la.
Comentário de E. H. Plumptre
Então vi toda a obra de Deus. A confissão é como a que tivemos antes em Eclesiastes 7,23-24: talvez, também, possamos acrescentar, como a de um escritor muito diferente que lida com uma questão muito diferente, “Quão insondáveis são Seus julgamentos, e Seus caminhos para além de descobrir” (Romanos 11,33). O leitor inglês pode ser lembrado do Sermão do Bispo Butler (xv.) sobre a “Ignorância do Homem”, do qual estes versos fornecem o texto. O que se percebe aqui é que a ignorância (podemos usar um termo moderno e dizer o Agnosticismo) não é ateísta. O que o buscador contempla, ele reconhece como obra de Deus. Antes dessa obra, o sábio se curva em reverência com a confissão de que ela está além dele. O finito não pode compreender o Infinito. Podemos comparar as nobres palavras de Hooker: “Perigoso era para o cérebro débil do homem ir longe nos feitos do Altíssimo; a quem, apesar de conhecer ser vida, e alegria de fazer menção de Seu nome; contudo, nosso mais sadio conhecimento é saber que não O conhecemos como Ele é, nem podemos conhecê-Lo, e nossa eloqüência mais segura a Seu respeito é nosso silêncio, quando confessamos sem confissão que Sua glória é inexplicável, Sua grandeza acima de nossa capacidade e alcance. Ele está acima, e nós sobre a terra; por isso, eis que nossas palavras são cautelosas e poucas” (Eccl. Pol. i. 2, § 3). [Plumptre, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.