Os escribas antigamente ocupavam vários cargos importantes nos assuntos públicos da nação. Os escribas atuavam como secretários de Estado, cuja tarefa era preparar e emitir decretos em nome do rei (2Samuel 8:17; 20:25; 1Crônicas 18:16; 24:6; 1Reis 4:3; 2Reis 12:9-11; 18:18-37, etc.). Eles cumpriram vários outros deveres públicos importantes como homens de alta autoridade e influência nos assuntos do Estado.
Havia também uma classe de escribas de menor influência, a maioria dos quais eram levitas. Eles estavam envolvidos de várias maneiras como escritores. Tal, por exemplo, era Baruque, que “escreveu da boca de Jeremias todas as palavras do Senhor” (Jeremias 36:4,32).
Em tempos posteriores, após o cativeiro, quando a nação perdeu sua independência, os escribas voltaram sua atenção para a lei, ganhando distinção pelo profundo conhecimento de seu conteúdo. Sobre eles coube o dever de multiplicar cópias da lei e de ensiná-la a outros (Esdras 7:6,10-12; Neemias 8:1,4,9,13). É evidente que nos tempos do Novo Testamento os escribas pertenciam à seita dos fariseus, que completavam a antiga lei escrita com suas tradições (Mateus 23), obscurecendo-a e tornando-a ineficaz. Eram no tempo de Nosso Senhor os mestres públicos do povo, e muitas vezes entraram em conflito com Ele. Mais tarde, eles se mostraram muito hostis aos apóstolos (Atos 4:5; 6:12).
Alguns dos escribas, porém, eram homens de um espírito diferente e mostravam-se amigos do evangelho e de seus pregadores. Assim, Gamaliel aconselhou o Sinédrio, quando os apóstolos estavam diante deles acusados de “ensinar neste nome”, para “deixem esses homens em paz e soltem-nos” (Atos 5:34-39; comp. 23:9).
Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Scribes).