Introdução ao Evangelho de João
A autenticidade do Evangelho de João, isto é, o fato de que o apóstolo João foi seu autor, está além de qualquer dúvida razoável. No século 19, muitas tentativas foram feitas para contestar sua genuinidade, mas sem sucesso.
O Evangelho de João foi provavelmente escrito em Éfeso, que, depois da destruição de Jerusalém (70 d.C.), tornou-se o centro da vida e atividade cristã no Oriente, por volta de 90 d.C.
Propósito do Evangelho de João
O propósito de João ao escrever este Evangelho é declarado por ele mesmo (Jo 20:31). Já se supôs que ele escreveu com o objetivo de fornecer as omissões do sinóptico, ou seja, dos três primeiros Evangelhos, mas não há evidência disso. “Não há aqui nenhuma história de Jesus e seu ensinamento segundo a maneira dos outros evangelistas. Mas há em forma histórica uma representação da fé cristã em relação à pessoa de Cristo como seu ponto central; e nesta representação há um quadro por um lado do antagonismo do mundo à verdade revelada nele, e por outro da bem-aventurança espiritual dos poucos que se entregam a ele como a Luz da vida” (Reuss).
Conteúdo do Evangelho de João
Depois do prólogo (Jo 1:1-5), a parte histórica do livro começa com o versículo 6, e consiste em duas partes. A primeira parte (Jo 1:6 à 12) contém a história do ministério público do Senhor desde a sua apresentação por João Batista até o final. A segunda parte (Jo 13 à 21) apresenta nosso Senhor no recolhimento da vida privada e em sua relação com seus seguidores mais próximos (Jo 13 à 17), e relata seus sofrimentos e suas aparições aos discípulos depois de sua ressurreição (Jo 18 à 21).
As peculiaridades deste Evangelho são o lugar que dá (1) à relação mística do Filho com o Pai, e (2) do Redentor com os crentes; (3) o anúncio do Espírito Santo como Consolador; (4) a proeminência dada ao amor como elemento do caráter cristão. Obviamente, ele era dirigido principalmente aos cristãos.
Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (John, Gospel).