Ezequiel 3:16

E aconteceu que, ao fim de sete dias, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

Comentário de A. B. Davidson

(16-21) Definição mais precisa da nomeação do profeta: ele está definido para ser um vigia. Assim que o profeta está cara a cara com os exilados e é capaz de ver a esfera e os materiais de seu trabalho, ele recebe um relato mais preciso de sua posição – ele é nomeado vigia ou sentinela. O vigia fica em sua torre de vigia para observar, e seu ofício, portanto, é alertar, caso o perigo seja visto se aproximando. Isaías 21:6, “Assim diz o Senhor: Vai pôr um atalaia, que ele anuncie o que vê.” Jeremias 6:17, “Também pus atalaias sobre vós e disse: Ouvi o som da trombeta, mas eles disseram , não daremos ouvidos”; Habacuque 2:1; comp. 2Reis 9:17-20. A nomeação de Ezequiel como vigia não foi uma mudança em sua nomeação original como “profeta” (Ezequiel 2:5), é apenas uma definição mais precisa dela. O termo, que já havia sido usado por Jeremias (Jeremias 6:17), expressa os deveres e parte de um profeta desta época. Ezequiel entrou em sua carreira profética com suas ideias sobre o curso dos eventos por vir fixas e amadurecidas. A queda de Jerusalém era uma certeza. E seu verdadeiro lugar era no meio de um povo que essa grande calamidade havia alcançado. A destruição do estado não foi o fim de Israel ou do reino de Deus. Israel seria reunido novamente, e o reino de Deus reconstituído. Mas seria sobre novos princípios. Deus não lidaria mais com os homens na massa e como um estado, ele lidaria separadamente com cada alma individual (Ezequiel 18). A destruição do antigo estado, no entanto, não foi o julgamento final. Antes que o novo reino de Deus surgisse, os homens teriam que passar por uma nova crise, e passar por ela como pessoas individuais, e o resultado dessa crise seria “vida” ou “morte” para eles. É nesse sentido pleno que Ezequiel fala dos ímpios morrendo e dos justos vivendo. “Viver” é ser preservado e entrar no novo reino de Deus, “morrer” é perecer na crise e ser excluído dela. A ideia de um “vigia” implica em perigo iminente (cap. Ezequiel 33:1-6), e a crise vindoura é o perigo ideal diante da mente do profeta. Portanto, a parte da sentinela é advertir os homens a respeito dessa peneiração de almas individuais e prepará-los para isso. A ideia faz parte do individualismo do profeta, seu ensino sobre a liberdade e a responsabilidade para com Deus da mente individual (Ezequiel 18, 33). Por isso, o vigia adverte todas as classes de homens, os ímpios para que se convertam de seu mal para que não “morra”, e os justos para que sejam confirmados em sua justiça e “vivam”. O lugar do vigia está atrás da destruição do antigo estado e diante do novo e final reino de Deus, para cuja reconstrução ele trabalha. Este lugar é dado a ele em Ezequiel 33. [Davidson, aguardando revisão]

< Ezequiel 3:15 Ezequiel 3:17 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.