Mas eu nada quis fazer sem tua opinião, para que tua bondade não fosse como que por obrigação, mas sim de livre vontade.
Comentário de Albert Barnes
Mas eu nada quis fazer sem tua opinião. Nada no assunto referido. Ele não manteria Onésimo em seu serviço, por mais que precisasse de sua ajuda, sem o consentimento cordial de Filemon. Ele não lhe daria ocasião para ressentimentos ou queixas, como se Paulo o tivesse induzido a deixar seu mestre, ou como se o persuadisse a permanecer com ele quando desejasse retornar – ou como se o mantivesse longe dele quando ele lhe devia ou o tinha ofendido. Tudo o que é dito aqui é inteiramente consistente com a suposição de que Onésimo estava disposto a retornar ao seu mestre e com a suposição de que Paulo não o obrigou ou exortou a fazê-lo. Pois é provável que, se Onésimo tivesse proposto retornar, teria sido fácil para Paulo tê-lo retido com ele. Ele poderia ter representado sua própria falta de um amigo. Ele poderia ter apelado para sua gratidão por causa de seus esforços para sua conversão.
Ele poderia ter mostrado a ele que não tinha nenhuma obrigação moral de voltar. Ele poderia ter se recusado a dar-lhe esta carta, e poderia ter representado para ele os perigos do caminho e a probabilidade de uma recepção dura, como efetivamente dissuadi-lo de tal propósito. Mas, nesse caso, é claro que isso pode ter causado ressentimentos no seio de Filemom, e em vez de fazê-lo, ele preferiu deixá-lo retornar ao seu mestre e implorar por ele que ele pudesse ter uma recepção gentil. Portanto, não é necessário supor que Paulo sentiu que Onésimo estava obrigado a retornar, ou que estava disposto a obrigá-lo, ou que Onésimo não estava inclinado a retornar voluntariamente; mas todas as circunstâncias do caso são atendidas pela suposição de que, se Paulo o retivesse, Filêmon poderia conceber que ele o havia ferido. Suponha, como parece ter sido o caso, que Onésimo “devia” Filemom Lamentações 1:18, e então suponha que Paulo tenha escolhido retê-lo consigo mesmo e o dissuadiu de retornar a ele, não teria Filemom razão para reclamar disso?
Havia, portanto, sob todos os aspectos, grande propriedade em dizer que não desejava usar nenhuma influência sobre ele para mantê-lo com ele quando pretendia retornar a Colossos, e que achava que seria errado para ele guardá-lo, tanto quanto ele precisava dele, sem o consentimento de Filemon. Nem é necessário, pelo que é dito aqui, supor que Onésimo era um escravo e que Paulo acreditava que Filêmon tinha direito a ele e a seus serviços como tal. Tudo o que ele diz aqui seria atendido pela suposição de que ele era um empregado contratado, e seria de fato igualmente apropriado mesmo na suposição de que ele fosse um aprendiz. Em ambos os casos, ele sentiria que deu motivo justo de reclamação por parte de Filemon se, quando Onésimo desejasse retornar, ele usasse qualquer influência para dissuadi-lo disso e mantê-lo consigo mesmo. Teria sido uma violação da regra exigindo que fizéssemos aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós, e Paulo, portanto, sentiu-se relutante, por mais que precisasse dos serviços de Onésimo, para fazer uso de qualquer influência para retê-lo com ele sem o consentimento de seu mestre.
para que tua bondade. O favor que eu poderia receber de ti tendo os serviços de Onésimo. Se Onésimo ficasse com ele e o ajudasse, ele sentiria que o benefício que seria conferido por seus serviços seria de fato concedido por Filemom, pois ele tinha direito ao serviço de Onésimo e, enquanto Paulo o desfrutava, ele seria privado dele. A palavra traduzida como “benefício” aqui – ἀγαθόν agathon – significa bom, e o sentido é “o bem que você me faria”; a saber, pelo serviço de Onésimo.
não fosse como que por obrigação. Como seria, Paulo deveria deter Onésimo com ele sem dar a Filêmon uma oportunidade de expressar seu consentimento. Mesmo assim, Paulo teria sentido que estava de fato recebendo um “bem” às custas de Filêmon, mas não seria um favor voluntário de sua parte.
mas sim de livre vontade. Como seria se ele tivesse dado seu consentimento para que Onésimo ficasse com ele. [Barnes, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.