Mas se eu, irmãos, ainda prego a circuncisão, por que, então, sou perseguido? Então a ofensa da cruz está anulada!
Comentário A. R. Fausset
“Se eu ainda prego (como fiz antes da conversão) a circuncisão, por que ainda sou perseguido?” Os perturbadores judaizantes diziam: “O próprio Paulo prega a circuncisão”, como mostrado pelo fato de ele ter circuncidado Timóteo (Atos 16:3; cf. Atos 21:24). Paulo, antecipadamente, responde à objeção deles. Quanto a mim, o fato de eu ainda ser perseguido pelos judeus mostra que não prego a circuncisão; pois é exatamente porque prego Cristo crucificado, e não a lei mosaica, como o único fundamento da justificação, que eles me perseguem. Se para conciliar ele vivia como judeu entre judeus, era de acordo com seu princípio (1Coríntios 7:18, 20; 9:20). Circuncisão ou incircuncisão são coisas indiferentes em si mesmas: sua licitude ou ilicitude depende da intenção de quem as usa. A intenção dos gentios gálatas ao se circuncidarem só poderia ser a suposição de que isso influenciava favoravelmente sua posição diante de Deus. O fato de Paulo viver como gentio entre gentios mostrava que, se ele observava ritos judaicos, não era porque os considerava meritórios diante de Deus, mas como uma questão indiferente, na qual ele poderia conformar-se, como judeu por nascimento, aos que estavam com ele, para não colocar um obstáculo desnecessário ao Evangelho no caminho de seus compatriotas.
então – presumindo que eu o fizesse, “então, afinal,” nesse caso, a ofensa da (pedra de tropeço, 1Coríntios 1:23, ocasionada aos judeus pela) cruz foi removida’ [katergetai]. Assim, a acusação dos judeus contra Estevão não era que ele pregava Cristo crucificado, mas que “ele falava palavras blasfemas contra este lugar santo e a lei.” Eles teriam suportado a primeira, se ele tivesse misturado com ela a justificação pela circuncisão e a lei, e se ele tivesse, através do cristianismo, trazido convertidos ao judaísmo. Mas se a justificação, de alguma forma, dependesse das ordenanças legais, a crucificação de Cristo, nesse aspecto, seria desnecessária e não teria proveito (Gálatas 5:2, 4). O “Homem Mundano”, da cidade de Política Carnal, desvia Cristão do caminho estreito da Cruz para a casa do legalismo. Mas o caminho para ela subia uma montanha, que, à medida que Cristão avançava, ameaçava cair e esmagá-lo, em meio a relâmpagos que vinham da montanha (‘O Peregrino’; Hebreus 12:18-21). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.