A aliança de Deus com Abrão
Comentário de Robert Jamieson
Depois destas coisas. A conquista dos reis invasores.
a palavra do SENHOR. Uma frase usada, quando relacionada a uma visão, para indicar uma mensagem profética.
Não temas, Abrão. Quando a excitação da perseguição acabou, Abrão tornou-se presa fácil do desânimo e do terror, diante da provável vingança que poderia ser planejada contra ele. Para dissipar o seu medo, ele foi abençoado com essa palavra gracioso. Tendo tal promessa, quão bem ela lhe serviu (e a todas as pessoas de Deus que têm a mesma promessa) para afastar os temores e lançar todas os fardos sobre o Senhor (Salmo 27:3). [Jamieson; Fausset; Brown]
Eliézer de Damasco (“damasceno Eliézer” em algumas versões).
Comentário Cambridge
um nascido em minha casa. A sucessão do chefe da casa sem filhos por um membro de sua família é aqui provavelmente afirmada. Observe que Ló é ignorado. Para a posição favorável de um escravo de confiança em uma casa israelita, compare Gênesis 24; 1Samuel 9:3-8,22; 1Crônicas 2:34 em diante; Provérbios 17:2. [Cambridge]
Comentário Whedon
Este não herdará de ti. Uma resposta assim tão explícita, foi poderosa para dissipar qualquer dúvida e medo. [Whedon]
Comentário Cambridge
conta as estrelas. Uma expressão proverbial para o infinito e inumerável, como em Gênesis 22:17; 26:4. [Cambridge]
Comentário de Robert Jamieson
No original hebraico, “confiou em Yahweh”, como uma criança descansa sobre os braços de seu pai, que a guia e cuida dela. Tal é a importância do termo original. O Guia Divino o conduziu lenta e progressivamente como um pedagogo, e sua fé, ‘simples, elementar, vaga, como provavelmente era’, foi aceita como tendo toda excelência religiosa. O patriarca, em outras palavras, tinha tal fé em Deus que justifica sua pretensão de ser um cristão antecipadamente, o ‘pai dos fiéis'” (Hardwick). Mas como Abrão não é retratado neste colóquio como expressando tal crença, a afirmação deve ser considerada como feita pelo historiador; e se perguntarmos sobre que fundamentos ele a fez, a resposta é, sobre a prontidão com que Abrão cumpriu as instruções divinas, e o consentimento implícito colocado na palavra divina.
Além disso, este ato de fé ocorreu antes que o rito da circuncisão fosse apontado como símbolo da aliança; e a conclusão, portanto, a ser tirada daquela circunstância, como o apóstolo claramente mostra, é que a justiça não é pela lei, mas pela fé (Romanos 10:5-6); e que todos, gentios ou judeus, recebem o dom gratuito da justificação quando creem nas promessas de Deus, que são sim e amém em Cristo (Romanos 4:11,23-25; Gálatas 3:16-17). [JFU]
Comentário Whedon
que te tirei de Ur dos caldeus. Agora o SENHOR lembra a Abrão o seu passado, e lhe garante a promessa antiga de lhe dar aquela terra em herança. [Whedon]
Comentário Cambridge
com que saberei que a vou herdar? Abrão pede um sinal como garantia do cumprimento da promessa. Compare com a atitude de Gideão, Juízes 6:17, e de Ezequias, 2Reis 20:8. [Cambridge]
Comentário de Robert Jamieson
(9-21) Em ocasiões de grande importância, quando duas ou mais partes fazem um pacto, elas seguem exatamente os mesmos ritos seguidos por Abrão, ou, quando não o fazem, invocam a lâmpada (?) como testemunha. De acordo com essas ideias, que estão gravadas na mente das pessoas do Oriente desde tempos imemoriais, o próprio Senhor condescendeu fazer um pacto com Abrão. O patriarca não passou entre os sacrifícios, e a razão disso foi que, nesta transação, ele não ficou obrigado a nada. Ele pediu um sinal, e Deus teve a bondade de dar-lhe um sinal, pelo qual, de acordo com as ideias do Oriente, Deus Se obrigou. Da mesma forma, Deus fez um pacto conosco; e, na glória do Filho unigênito, que passou entre Deus e nós, todos os que creem têm, como Abrão, um sinal ou garantia no dom do Espírito, pelo qual podem saber que herdarão a Canaã celestial. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
Os animais listados eram considerados limpos, e segundo a lei, podiam ser sacrificados (compare Gênesis 7:2; 8:20, com Levitico 1:2-6,14; 12:6-8; Números 6:10). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de Robert Jamieson
mas não partiu as aves. Como foi depois ordenado na lei mosaica (Levítico 1:15,17). [JFU]
Comentário Whedon
E desciam aves. Aves de rapina, tentando devorar as carcaças. Essas aves imundas podem ser consideradas como símbolos dos inimigos da descendência escolhida, e o fato de Abrão as afugentar até que a escuridão da noite viesse, um sinal de que o povo do pacto seria libertado da destruição ameaçada por seus inimigos. Alguns vêem nessas aves de rapina uma tipologia dos egípcios. [Whedon]
Comentário Cambridge
o pavor de uma grande escuridão caiu sobre ele. Uma descrição vívida da sensação de terror, anterior à revelação que iria receber. [Cambridge]
Comentário Whedon
a tua descendência será peregrina. A escravidão egípcia é aqui predita. Esse período opressivo, mas importante, na história da semente escolhida, e sua duração, é indicado em números redondos como 400 anos. Em Êxodo 12:40, diz-se que “o tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi 430 anos“. Lá temos a declaração exata da história; aqui a mais geral da profecia. [Whedon]
Comentário Cambridge
eu julgarei. Referindo-se às pragas do Egito.
com grande riqueza. Ver Êxodo 12:35-36; Salmos 105:37. [Cambridge]
Comentário Cambridge
virás aos teus pais. Ou seja, partir na morte para unir-se a teus antepassados no lugar dos espíritos falecidos, isto é, Sheôl. Compre Gênesis 47:30, “quando dormir com meus pais”; Gênesis 49:33, “foi reunido com seus pais”.
em boa velhice. Veja para o cumprimento desta promessa em Gênesis 25:7-8. Viver até uma boa velhice e deixar esta vida em paz era, como se vê na própria vida dos patriarcas, considerado como a recompensa da verdadeira piedade. Compare Jó 5:26, “Na velhice virás à sepultura, como o amontoado de trigo que se recolhe a seu tempo”; Provérbios 9:11; 10:27. [Cambridge]
Comentário de Genebra
porque ainda não está completa a maldade. Ainda que Deus tolere os ímpios por um tempo, contudo a sua vingança cai sobre eles quando a maldade deles chega até certo ponto. [Genebra]
Comentário M. G. Easton
um fogo fumegando, e uma tocha de fogo. Um símbolo da presença do Todo-Poderoso, passou entre as partes do sacrifício de Abraão na confirmação da aliança que Deus fez com ele. [Easton]
Comentário Barnes
Nesse instante, a aliança foi solenemente concluída. Seu principal benefício é a concessão da terra prometida com os extensos limites do rio do Egito e do Eufrates. O primeiro parece ser o Nilo com suas margens que constituem o Egito, como o Eufrates com suas margens delineiam a terra do Oriente, com a qual a terra prometida era adjacente. [Barnes]
Comentário M. G. Easton
quenezeus. Eles não são mencionados entre os habitantes originais de Canaã (Êxodo 3:8; Josué 3:10), e provavelmente eles habitaram alguma parte da Arábia, nos confins da Síria.
cadmoneus. Provavelmente eles eram os mesmos “filhos do Oriente”, que habitaram a região entre a Palestina e o Eufrates. [Easton]
Comentário M. G. Easton
heteus. Descendentes de Hete (Gênesis 10:15).
ferezeus. Eles deveriam ser expulsos da terra pelos descendentes de Abraão (Ex 3:8,17; 23:23; 33:2; 34:11). Eles são depois mencionados entre as tribos conquistadas (Josué 24:11). No entanto, ainda permaneceram na terra, mas foram reduzidos à servidão por Salomão (1Reis 9:20).
refains . Ou “descendentes de Rafa” (2Samuel 21:22), eram assim chamados os nativos da Palestina, posteriormente conquistados e expropriados pelas tribos cananeias. Eles eram conhecidos pelos moabitas como emins, isto é, “terríveis” (Deuteronômio 2:11), e pelos amonitas como zanzumins. Alguns deles refugiaram-se entre os filisteus, e ainda existiam nos dias de Davi. Não sabemos nada de sua origem Eles não estavam necessariamente relacionados com os “gigantes” (nefilins) de Gênesis 6:4. [Easton]
Comentário John Gill
os cananeus. Uma tribo ou nação que levava o nome de seu grande antepassado Canaã (Gênesis 13:7).
os girgaseus. O mesmo que gergesenos em Mateus 8:28.
os jebuseus. Que habitavam Jerusalém e arredores, primeiramente era chamada de Jebus. [Gill]
Introdução à Gênesis 15
Nos dois capítulos anteriores, encontramos muitos sinais da intenção favorável de Deus para com Abrão. Em Gênesis 15, Deus a confirma com uma solene aliança. Abrão recebeu as mais agradáveis garantias dadas a ele por um Deus fiel; e todas envolvidas com uma aliança de promessa. Um Deus generoso, não só se comprometeu a dar ao Patriarca uma extensa propriedade, mas também uma extensa descendência para desfrutá-la. E como essas bênçãos da semente e terra prometida, espiritualmente consideradas, eram tipos de coisas melhores por vir, até mesmo o Senhor Jesus Cristo como a semente da mulher, e a posse celestial através da qual Canaã representou; elas servem para nos ensinar, sob a condição do evangelho, o maior privilégio daqueles que são abençoados com o fiel Abrão.
Visão geral do Gênesis
Em Gênesis 1-11, “Deus cria um mundo bom e dá instruções aos humanos para que possam governar esse mundo, mas eles cedem às forças do mal e estragam tudo” (BibleProject). (8 minutos)
Em Gênesis 12-50, “Deus promete abençoar a humanidade rebelde através da família de Abraão, apesar das suas falhas constantes e insensatez” (BibleProject). (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro do Gênesis.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – fevereiro de 2018.