E foi que quando os tirou fora, disse: Escapa por tua vida; não olhes atrás de ti, nem pares em toda esta planície; escapa ao monte, para que não pereças.
Comentário de Thomas Whitelaw
E foi que quando os tirou fora (ou seja, Ló e sua família), disse – um dos anjos (Rabino Salomão, Jarchi, Rosenmüller, Lange, ‘Speaker’s Commentary’); aquele que havia segurado a mão de Ló (Inglis); Yahweh falando através do anjo (Delitzsch); o anjo falando em nome de Deus (Keil, Kalisch); o próprio Yahweh, que, embora não mencionado, havia agora aparecido na cena (Ainsworth, Candlish). [Pulpit]
Comentário de Carl F. Keil 🔒
(17-22) Quando eles o deixaram lá (הִנִּיחַ, soltar, e deixar, deixaram por si mesmo), o Senhor ordenou a ele, por causa de sua vida, que não olhasse para trás e nem parasse por todo o vale (כִּֽכָּר, Gênesis 13:10), mas que fugisse para as montanhas (depois chamadas de montanhas de Moabe). Em Gênesis 19:17, somos surpreendidos pela mudança do plural para o singular: “quando os trouxeram para fora, ele disse”. A ideia de que seja um dos dois anjos – aquele, por exemplo, liderou a conversa – parece deslocada, não apenas porque Ló o chamou pelo nome de Deus, “Adonai” (Gênesis 19:18), mas também porque o falante atribuiu a si mesmo o julgamento sobre as cidades (Gênesis 19:21-22), que é descrito em Gênesis 19:24 como executado por Yahweh. No entanto, nada indica que Yahweh tenha se juntado repentinamente aos anjos. A única suposição que resta, portanto, é que Ló reconheceu nos dois anjos uma manifestação de Deus, e assim os chamou (Gênesis 19:18) de Adonai (meu Senhor), e que o anjo que falou se dirigiu a ele como o mensageiro de Yahweh em nome de Deus, sem que isso signifique que Yahweh estava presente nos dois anjos. Ló, em vez de obedecer alegremente a ordem do Senhor, apelou para a grande misericórdia mostrada a ele na preservação de sua vida e para a impossibilidade de escapar para as montanhas sem o mal o alcançar, e pediu, portanto, que fosse permitido refugiar-se na pequena cidade vizinha, ou seja, em Bela, que recebeu o nome de Zoar (Gênesis 14:2) por Ló chamá-la de pequena. Zoar, o Σηγώρ da Septuaginta e Segor dos cruzados, dificilmente pode ser procurado na península que se projeta longe da metade sul do Mar Morto, no Ghor de el Mezraa, como Irby e Robinson (Pal. iii. p. 481) supõem; é muito mais provável que seja encontrada no ponto sudeste do Mar Morto, no Ghor de el Szaphia, na abertura do uádi el Ahsa (ver, v. Raumer, Pal. p. 273, Anm. 14). [Keil, 1861-2]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.