Isaque abençoa Jacó
quando Isaque já estava velho [provavelmente cento e trinta e sete anos]. Isaque tinha quarenta anos quando casou com Rebeca (Gênesis 25:20); sessenta anos quando Esaú e Jacó nasceram (Gênesis 25:26); e cem anos quando Esaú casou com Judite e Basemate (Gênesis 26:34).
seu filho mais velho – e favorito (Gênesis 25:28). [Cambridge, 1921]
não sei o dia de minha morte – logo, “posso morrer a qualquer momento”.
as tuas armas. A aljava e o arco são as armas do caçador. Esaú como “um homem do campo” deve ir “ao campo”, ou seja, para o campo aberto. Segundo o Targum Onkelos, “tua espada e teu arco”; compare com Gênesis 48:22. [Cambridge, 1921]
a fim de que a minha alma te abençoe antes que eu morra. Ao tentar dar a bênção a Esaú, seu filho primogênito, Isaque estava agindo em oposição ao decreto revelado de Deus: ver Gênesis 25:23. [Dummelow, 1909]
Rebeca sabia que a bênção seria de Jacó; ela, portanto, usou tal estratégia para impedir que uma injustiça fosse cometida e obter o cumprimento do propósito de Deus. Contudo, ela deveria ter deixado que Deus realizasse à Sua maneira. Tais “fraudes piedosas” são o resultado de uma fé fraca na sabedoria e no método da providência divina. A narrativa atual desmente o provérbio mundano de que “o fim justifica os meios”. [Dummelow, 1909]
Rebeca sabia que a bênção seria de Jacó; ela, portanto, usou tal estratégia para impedir que uma injustiça fosse cometida e obter o cumprimento do propósito de Deus. Contudo, ela deveria ter deixado que Deus realizasse à Sua maneira. Tais “fraudes piedosas” são o resultado de uma fé fraca na sabedoria e no método da providência divina. A narrativa atual desmente o provérbio mundano de que “o fim justifica os meios”. [Dummelow, 1909]
A fala de Rebeca, em repetição do que Isaque disse a seu filho Esaú (Gênesis 27:4), acrescenta “diante do SENHOR”. Não se sabe se isso foi adicionado por ela, ou omitido pelo escritor de Gênesis na fala de Isaque.
obedece à minha voz. Jacó é o favorito de Rebeca (compare com Gênesis 25:28). Rebeca está preparada para enganar Isaque, a fim de que Jacó obtenha a tão desejada bênção. Como em Gênesis 24, ela mostra energia e decisão. Ela acredita que a bênção de Isaque sobre Esaú reverteria a revelação que ela mesma havia recebido (Gênesis 25:23) e anularia o privilégio que Jacó havia comprado (Gênesis 25:33). Ela [provavelmente] está com ciúmes por causa dele. [Cambridge, 1921]
Rebeca sabia que a bênção seria de Jacó; ela, portanto, usou tal estratégia para impedir que uma injustiça fosse cometida e obter o cumprimento do propósito de Deus. Contudo, ela deveria ter deixado que Deus realizasse à Sua maneira. Tais “fraudes piedosas” são o resultado de uma fé fraca na sabedoria e no método da providência divina. A narrativa atual desmente o provérbio mundano de que “o fim justifica os meios”. [Dummelow, 1909]
Rebeca sabia que a bênção seria de Jacó; ela, portanto, usou tal estratégia para impedir que uma injustiça fosse cometida e obter o cumprimento do propósito de Deus. Contudo, ela deveria ter deixado que Deus realizasse à Sua maneira. Tais “fraudes piedosas” são o resultado de uma fé fraca na sabedoria e no método da providência divina. A narrativa atual desmente o provérbio mundano de que “o fim justifica os meios”. [Dummelow, 1909]
Jacó se opõe à proposta, não porque a julgou errada, mas por causa do risco de ser pego.
é homem peludo. Veja Gênesis 25:25. [Cambridge, 1921]
Talvez meu pai me apalpe. A visão de Isaque já não era suficientemente boa para distinguir entre seus filhos; mas o tato eliminaria toda dúvida.
enganador. Segundo a Septuaginta: ὡς καταφρονῶν, “alguém que despreza a sagrada bênção de seu pai”. Uma palavra hebraica rara, traduzida como “escárnio” em 2Crônicas 36:16. [Cambridge, 1921]
Sobre mim caia a tua maldição. Nenhuma maldição foi lançada sobre eles por causa disso; pelo contrário, Isaque confirmou Jacó como possuidor da bênção (Gênesis 27:33). Parece estranho, no entanto, que nenhum deles tenha ficado inquieto quanto à imoralidade da estratégia, aparentemente pensavam que, como o objeto era correto, eles estavam justificados em usar a falsidade e a traição. [Ellicott, 1905]
e sua mãe fez um guisado, como seu pai gostava (“que preparou uma comida saborosa, como seu pai apreciava”, NVI).
as melhores roupas de Esaú. Supõe-se que o filho mais velho ocupava uma espécie de função sacerdotal na casa, e como a visão de Isaque estava ficando fraca, que Esaú cuidava dos sacrifícios para ele. Claramente, a roupa tinha algo de especial, e que era peculiar a Esaú: pois roupas comuns, por mais bonitas que fossem, não seriam mantidas na tenda da mãe, mas na de Esaú ou de uma de suas esposas. [Ellicott, 1905]
as peles dos cabritos. Nos países quentes, a pele dos animais é muito menos espessa e grossa do que em climas frios, e algumas espécies de cabras orientais são famosas por sua lã macia e sedosa. Em Cânticos 4:1, o cabelo da amada de Salomão é comparado ao de um “rebanho de cabras”. [Ellicott, 1905]
entregou o guisado (“a refeição saborosa”, NVT) e o pão.
quem és, filho meu? Essas palavras indicam o quanto Isaque estava cego. O elemento da dúvida nasce de um reconhecimento imperfeito da voz. [Cambridge, 1921]
Os hebreus, nessa época, e durante séculos, comeram sentados (1Samuel 20:25). Foi com os romanos que eles aprenderam a reclinar à mesa, como descobrimos que era costume deles nos evangelhos. Além disso, é um erro supor que Isaque era um velho acamado, pois Jacó pede que ele se levante e se sente. Ele nem o ajuda, embora sua visão seja fraca. Só quando é ordenado a se aproximar é que ele deixa seu pai tocar-lhe. [Ellicott, 1905]
Como é que a achaste [a caça] tão depressa. A pergunta de Isaque indica que ele ainda tinha dúvidas sobre quem estava diante dele. [Cambridge, 1921]
Aproxima-te agora, e te apalparei. Isaque, ainda com dúvidas, faz exatamente o que Jacó temia quando sua mãe lhe contou de sua ideia para obter a benção no lugar de Esaú (Gênesis 27:12).
Chegou-se Jacó a seu pai Isaque. Lutero diz: “Se eu fosse Jacó, teria deixado o prato cair”.
A voz é a voz de Jacó. Aqui fica claro o motivo da hesitação de Isaque, a voz que ouvia não parecia ser a do seu filho Esaú. [Cambridge, 1921]
e lhe abençoou. O autor antecipa o que seria registrado com mais detalhes à frente, em Gênesis 27:26-29.
És tu meu filho Esaú? Isaque ainda tem dúvidas sobre quem está diante dele.
e comeu…e bebeu. O banquete é a preliminar para a cerimônia solene da bênção, da mesma forma como precede os ritos de uma aliança; compare com Gênesis 26:30; 31:54. [Cambridge, 1921]
Chega-te e dá-me um beijo, meu filho. Muitos supõem que Isaque tenha feito isso para ter certeza de que era seu filho Esaú; mas parece ter sido uma expressão meramente natural do amor com o qual ele conferiu esta bênção. [Coke, 1801]
como o cheiro do campo que o SENHOR abençoou. Compare com Oséias 14:6, “sua fragrância como o cedro do Líbano”. As palavras de Isaque se referem ao “campo” de Gênesis 25:27; 27:5, a região do caçador. Diante da mente de Isaque, surge a imagem de uma terra rica e frutífera. [Cambridge, 1921]
do orvalho do céu – muito valorizado em climas quentes, onde geralmente não chove de abril a setembro. [Dummelow, 1909]
teus irmãos…os filhos de tua mãe. Não há evidências de que Rebeca ou Isaque tenham tido outros filhos além de Esaú e Jacó. As expressões “teus irmãos” e “filhos de tua mãe” provavelmente se referem a todas as nações oriundas de Abraão, e todos os possíveis descendentes de Isaque. [Ellicott, 1905]
Por muito pouco Esaú não pegou seu irmão em flagrante.
para que a tua alma me abençoe (“para que o senhor me dê sua bênção”, NVI).
Eu sou teu filho, teu primogênito, Esaú. Para esta tríplice ênfase, compare com Gênesis 22:2. Esaú responde, como se estivesse surpreso que Isaque tivesse perguntado quem era, ou possivelmente pela maneira inquieta com que com que Isaque o questionou. [Cambridge, 1921]
Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande (“Profundamente abalado, Isaque começou a tremer muito”, NVI). Compare com Hebreus 12:17.
clamou com uma muito grande e muito amarga exclamação (“deu um forte grito e, cheio de amargura”, NVI).
Veio teu irmão com engano (“Seu irmão chegou astutamente”, NVI; ou então, “Seu irmão esteve aqui e me enganou”, NVT), e tomou tua bênção. Isaque conclui imediatamente que o enganador foi Jacó, e reconhece que sua fraude foi bem sucedida. [Cambridge, 1921]
Não é com razão que o seu nome é Jacó? (“Não é de admirar que ele se chame Jacó”, NVT). Que significa “suplantador”.
Parafraseando, “Sua vida não será fácil. Morará em terras áridas, onde falta até o orvalho” (VIVA).
Porventura tens uma única bênção, meu pai? Somente um filho poderia herdar os privilégios espirituais da primogenitura e os direitos temporais que a acompanhava. [Ellicott, 1905]
Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, e sem o orvalho que cai do alto. E outras palavras, “Morará em terras áridas, onde falta até o orvalho” (VIVA).
quando te tornares impaciente, sacudirás o seu jugo do teu pescoço. A profecia da sujeição de Esaú a seu irmão foi literalmente cumprida em seus descendentes, visto que Edom (território dos descendentes de Esaú) foi por séculos subordinado à Judá. Porém nos primeiros dias de Jorão e depois de Acaz, os edomitas revoltaram-se e recuperam sua liberdade. [Ellicott, 1905]
A fuga de Jacó
eu matarei a Jacó meu irmão. No Oriente era muito frequente que irmãos em conflito esperassem a morte de seu pai para fazerem vingança entre si. [JFU, 1866]
As palavras de Esaú. A ameaça de Esaú no versículo anterior foi “dita consigo mesmo”; mas ele não era do tipo de guardar segredo. A sua intenção logo foi assunto de conversa. [Cambridge, 1921]
obedece à minha voz. Rebeca assume toda a responsabilidade, cumprindo sua promessa (Gênesis 27:13, “Filho meu, sobre mim tua maldição: somente obedece à minha voz”). [Cambridge, 1921]
mora com ele alguns dias. Vinte anos se passaram antes que Jacó voltasse de Harã (Gênesis 31:38); e Rebeca, até onde sabemos, nunca mais o viu. [Dummelow, 1909]
por que perderia eu vocês dois num só dia? Jacó assassinado, e Esaú executado como assassino.
por causa das filhas de Hete. Referindo-se às esposas de Esaú (Gênesis 26:34-35).
Introdução à Gênesis 27
Encorajado por sua mãe, Jacó procura, através de meios impróprios, garantir a bênção da primogenitura com todos os privilégios envolvidos. Mas o erro dos envolvidos nesta história foi logo seguido pelo sofrimento que é a consequência pelo pecado. Para citar Delitzsch: “(a) Isaque sofre por sua preferência por Esaú, que não foi determinada pela vontade de Deus, mas por sua afeição: (b) Esaú sofre por desprezar a bênção da primogenitura: (c) Rebeca sofre pela separação de seu filho favorito, a quem ela nunca mais viu; (d) Jacó, desde o momento em que assumiu a posse do direito de nascença conquistado pecaminosamente ao receber a bênção, teve que suportar uma longa sobrecarga de privações e decepções que o fizeram sentir como havia pecado contra seu pai e seu irmão. No entanto, estas foram ao mesmo tempo os meios da sua formação, pelos quais a sua natureza desprezível devia ser eliminada, e ele próprio se tornou digno de ser um na linhagem daqueles que herdaram as promessas”. [Dummelow, 1909]
Visão geral do Gênesis
Em Gênesis 1-11, “Deus cria um mundo bom e dá instruções aos humanos para que possam governar esse mundo, mas eles cedem às forças do mal e estragam tudo” (BibleProject). (8 minutos)
Em Gênesis 12-50, “Deus promete abençoar a humanidade rebelde através da família de Abraão, apesar das suas falhas constantes e insensatez” (BibleProject). (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro do Gênesis.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – março de 2020.