E a mulher viu que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para se obter conhecimento. E ela tomou de seu fruto, e comeu; e deu também ao seu marido com ela, e ele comeu.
Comentário de Carl F. Keil
A esperança ilusória de ser como Deus despertou um anseio pelo fruto proibido. “A mulher viu que a árvore era boa para comer, e que era um prazer para os olhos, e desejável para fazer sábio (הַשְׂכִּיל significa ganhar ou mostrar discernimento ou perspicácia); e ela pegou de seus frutos e comeu, e deu a seu marido com ela (que estava presente), e ele comeu”. Como a desconfiança da ordem de Deus leva ao descaso, o anseio por uma falsa independência desperta um desejo pelo bem aparente que foi proibido; e este desejo é fomentado pelos sentidos, até que gere o pecado. Dúvida, descrença e orgulho foram as raízes do pecado de nossos primeiros pais, assim como foram de todos os pecados de sua posteridade. Quanto mais insignificante o motivo de seu pecado parece ter sido, maior e mais difícil parece ser o próprio pecado; especialmente quando consideramos que as primeiras pessoas “estavam numa relação mais direta com Deus, seu Criador, do que qualquer outro ser humano, que seus corações eram puros, seu discernimento claro, suas relações com Deus diretamente, que estavam cercados de dons apenas concedidos por Ele, e não podiam se desculpar por qualquer mal-entendido da proibição divina, que os ameaçava com a perda de vidas em caso de desobediência” (Delitzsch). No entanto, não só a mulher cedeu às artimanhas sedutoras da serpente, mas até mesmo o homem se deixou tentar pela mulher. [Keil, 1861-2]
🔗 Culpando Eva sozinha (em inglês). Neste artigo Julie Faith Parker (2013) argumenta que Adão estava com Eva em toda a tentação e explica o porquê de algumas traduções omitirem isso.
Comentário de Robert Jamieson 🔒
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.