E respondeu-lhe o SENHOR: Certo que qualquer um que matar a Caim, sete vezes será castigado. Então o SENHOR pôs sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer um que o achasse.
Comentário de Thomas Whitelaw
As preocupações do fratricida condenado foram aliviadas por um ato especial de graça. E respondeu-lhe o SENHOR: Certo que (a LXX, Symm., Theodotion, Vulgata, Siríaca, Dathius, traduzem Não é assim – οὐχ οὔτως, nequaquam, lendo לאֹ כֵו em vez de לָכֵן) qualquer um que matar a Caim, sete vezes será castigado. Ou seja, vingança completa, sete vezes – vingança total (compare com Levítico 26:28). No caso do assassino de Caim, não haveria tal atenuação da pena como no caso de Caim; ao contrário, ele seria punido com maior severidade do que Caim, por ser culpado não apenas de homicídio, mas também por transgredir o mandamento divino que dizia que Caim deveria viver (Willet). Quanto ao motivo pelo qual esse privilégio especial foi concedido a Caim, não foi porque “a morte prematura do piedoso Abel na realidade não foi uma punição, mas a maior dádiva” (Kalisch), nem porque o exílio da presença de Deus foi a maior punição possível, “tendo em si o significado de uma morte humana no âmbito social” (Lange), nem porque era necessário poupar a vida para o aumento da posteridade (Rosenmüller); mas talvez – (1) Para mostrar que “a vingança é minha; eu retribuirei, diz o Senhor”. (2) Para provar as riquezas da clemência divina para com os pecadores. (3) Para servir como um aviso contra o crime de assassinato. Provavelmente, há uma referência a isso na sentença final.
Então o SENHOR pôs sinal – deu um sinal a (Septuaginta) – Caim, para que não o ferisse qualquer um que o achasse. Comentaristas estão divididos quanto a se isso era um sinal visível para reprimir os vingadores (os rabinos, Lutero, Calvino, Piscator, etc.) ou uma garantia interna à Caim de que ele não seria destruído (Aben Ezra, Dathe, Rosenmüller, Gesemus, Tuch, Kalisch, Delitzsch). Em apoio à primeira interpretação, argumenta-se que uma identificação externa teria mais probabilidade de afastar agressores; enquanto em favor da última, é alegado que das setenta e seis vezes em que oth ocorre no Antigo Testamento, em setenta e cinco é traduzido como “sinal”. Se houvesse uma marca visível no fugitivo, é impossível dizer qual era; que era um tremor (LXX), ou um fugir contínuo de um lugar para outro (Lyra), ou um chifre na cabeça (rabinos), um tipo peculiar de vestimenta (Clericus), são meras suposições. Mas, seja o que fosse, não era um sinal de perdão a Caim (Josefo), apenas uma garantia da proteção de Deus; compare com a sentença profética divina contra o Caim judeu (Salmo 59:11). [Pulpit]
Comentário de Robert Jamieson 🔒
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.