Caminhou, pois, Enoque com Deus, e desapareceu, porque Deus o levou.
Comentário Cambridge
Caminhou…com Deus. Essa expressão, assim como também a de Gênesis 5:22, usada para Enoque tronou-se comum para expressar íntima comunhão para com Deus. Ela significa mais que estar e em Sua presença, ou caminhar diante dEle (Gênesis 17:1), ou segui-Lo. Combina as ideias de comunhão e progresso. É a imagem de alguém que tem Deus consigo em todas as situações da vida. [Cambridge]
Comentário de Carl F. Keil
Em Enoque, o sétimo de Adão a Sete, a piedade atingiu seu ponto mais alto; enquanto a impiedade culminou em Lameque, o sétimo de Adão até Caim, que fez de sua espada seu deus. Enoque, portanto, como Elias, foi levado por Deus e levado ao paraíso celestial, para que não visse (experimentasse) a morte (Hebreus 11:5); isto é, ele foi arrebatado desta vida temporal e transfigurado na vida eterna, sendo isento por Deus da lei da morte e da volta ao pó, como serão os fiéis, que estarão vivos na vinda de Cristo para julgamento, e que da mesma maneira não provará a morte e a corrupção, mas será mudado em um momento. Não há fundamento para a opinião de que Enoque não participou da glorificação que aguarda os justos na ressurreição. Pois, segundo 1Coríntios 15:20,23, não é na glorificação, mas na ressurreição, que Cristo é as primícias. Agora, o último pressupõe a morte. Quem, portanto, pela graça de Deus está isento da morte, não pode ressuscitar dos mortos, mas atinge ἀφθαρσία, ou o estado glorificado de perfeição, por ser “transformado” ou “revestido” (2Coríntios 5:4). Isso não afeta em nada a verdade da declaração em Romanos 5:1214. Pois o mesmo Deus que designou a morte como o salário do pecado e nos deu, por meio de Cristo, a vitória sobre a morte, possui o poder de glorificar na vida eterna um Enoque e um Elias, e todos os que estiverem vivos na vinda de o Senhor sem acorrentar sua glorificação à morte e ressurreição. Enoque e Elias foram trasladados para a vida eterna com Deus sem passar por doenças, morte e corrupção, para o consolo dos crentes e para despertar a esperança de uma vida após a morte. A transladação de Enoque fica a meio caminho entre Adão e o dilúvio, no ano 987 após a criação de Adão. Sete, Enos, Cainan, Maalaleel e Jarede ainda estavam vivos. Seu filho Matusalém e seu neto Lameque também estavam vivos, este último com 113 anos. Noé ainda não havia nascido e Adão estava morto. Sua trasladação, em consequência de seu andar com Deus, foi “um exemplo de arrependimento para todas as gerações”, como diz o filho de Siraque (Ecclus. 44:16); e a lenda apócrifa no livro de Enoque 1:9 o representa como profetizando a vinda do Senhor, para julgar os ímpios (Judite 1:14-15). [Keil, 1861-2]
Comentário de Robert Jamieson
e desapareceu, porque Deus o levou. Em Hebreus 11:5, somos informados de que ele foi levado para o céu – um poderoso milagre, com o propósito de fazer o que meios comuns de instrução falharam, deu uma prova palpável a uma época de descrença quase universal que as doutrinas que ele havia ensinado (Judas 1:14-15) eram verdadeiras e que sua devoção à causa de Deus e justiça em meio da oposição era altamente agradável aos olhos de Deus. [Jamieson; Fausset; Brown]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.