O fim do dilúvio
Comentário de Robert Jamieson
E lembrou-se Deus de Noé. O propósito divino nesta terrível dispensação havia sido cumprido, e o mundo havia passado pelas mudanças necessárias para que se tornasse a residência do homem sob uma nova economia da Providência. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário Ellicott
E voltaram-se as águas de sobre a terra. Esse movimento de retrocesso das águas parece indicar que uma grande onda do mar havia varrido a terra, além dos quarenta dias de chuva.
decresceram (“minguaram” em algumas traduções). Os que estavam na arca notariam a mudança de corrente, e saberiam, por estarem encalhados, que o dilúvio estava diminuindo. Mas os cumes dos montes só foram vistos no primeiro dia do décimo mês. [Ellicott]
repousou. Evidentemente indicando um processo tranquilo e suave.
mês sétimo. No mês sétimo do ano corrente, não da inundação, que durou apenas cinco meses.
os montes de Ararate. Os “montes” mencionados eram provavelmente na área curda da Turquia. No entanto, o nome é geralmente aplicado a uma montanha alta e quase inacessível que se ergue majestosamente da planície das Araxes. Tem dois picos cônicos, a cerca de 11 quilômetros de distância, um de 4 quilômetros e o outro 3 quilômetros acima do nível da planície. Um quilômetro do cume do mais alto desses picos estão sempre cobertos de neve. É chamado Kūh-e Nūḥ, ou seja, “montanha de Noé”, pelos persas.
Comentário de Robert Jamieson
E as águas foram decrescendo. A diminuição das águas foi por razões sábias excessivamente lenta e gradual – o período de seu retorno foi quase o dobro do tempo de sua ascensão. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de Robert Jamieson
ao fim de quarenta dias. É fácil imaginar o ardente desejo que Noé e sua família devem ter sentido para desfrutar novamente da vista da terra e respirar o ar fresco; e era perfeitamente coerente com fé e paciência indagar se a Terra já estava apta. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
E enviou ao corvo. O cheiro de carne em decomposição o atrairia para ficar caso a terra estivesse em um estado habitável. Mas ele continuou pairando naquela área e, sendo uma ave solitária, provavelmente pousou na cobertura. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
(8-11) Enviou também de si à pomba. Um pássaro que voa baixo e naturalmente disposto a retornar a sua morada. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
então ele estendeu sua mão…fez entrar consigo na arca. Não é dito que ele tenha feito o mesmo com o corvo.
Comentário de Robert Jamieson
e voltou a enviar a pomba fora da arca. A pomba, julgando pelo tempo em que ela esteve fora, voou uma grande distância, e a folha de oliveira recém colhida, sem dúvida por impulso sobrenatural trazida no bico, deu uma prova bem-vinda de que as declividades das colinas eram evidentes. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário Cambridge
à hora da tarde. Isso significa que a pomba esteve um longo tempo ausente da arca.
uma folha de oliveira. Isto mostraria duas coisas, (1) que as águas tinham descido a um nível em que a oliveira cresceria, e (2) que a vida tinha ressurgido sobre a terra. O evento foi universalmente aceito como símbolo de reconciliação e paz. Ela não encontra nenhuma equivalente na história babilônica. A oliveira era a árvore mais familiar para o habitante da Palestina. [Cambridge]
Comentário de Robert Jamieson
outros sete dias. Isso é uma forte possibilidade de que Noé observou o sábado durante sua permanência na arca.
e enviou a pomba, a qual não voltou já mais a ele. Com esses resultados, percebemos uma sabedoria e uma prudência muito superiores à capacidade instintiva do animal – discernimos a ação de Deus guiando todos os movimentos desse pássaro para a orientação de Noé, e reavivando as esperanças da sua casa. [JFU]
Comentário de Robert Jamieson
e tirou Noé a cobertura da arca. Provavelmente apenas o suficiente para uma visão da terra ao redor. No entanto, por cerca de dois meses, ele não saiu da arca até receber a permissão expressa de Deus. Devemos observar a condução da Providência divina para nos orientar em cada passo do caminho da vida. [JFU]
Comentário de Adam Clarke
E no mês segundo, aos vinte e sete dias do mês. Daqui se deduz que Noé permaneceu na arca um ano solar completo, ou seja, trezentos e sessenta e cinco dias; pois entrou na arca aos 17 dias do segundo mês, no ano seiscentos da sua vida (Gênesis 7:11,13), e nela permaneceu até o dia 27 do segundo mês, no ano seiscentos e um da sua vida, como vemos acima. Os meses dos antigos hebreus eram lunares; os primeiros seis consistiam de trinta dias cada um, os últimos seis de vinte e nove; os doze meses completos, trezentos e cinqüenta e quatro dias: acrescente a estes onze dias, (pois embora ele tenha entrado na arca no ano anterior no décimo sétimo dia do segundo mês, ele não saiu até o vigésimo sétimo do mesmo mês no ano seguinte), que fazem exatamente trezentos e sessenta e cinco dias, o período de uma completa translação. Este ano, de acordo com o cálculo hebreu, foi o 1657 da criação; mas de acordo com a contagem da Septuaginta, foi o ano 2242, e segundo o Dr. Hales, o ano 2256. [Clarke]
Comentário de John Gill
Seja num sonho ou visão, ou por uma voz articulada, aparecendo numa forma humana, ou por um impulso em sua mente, não se tem certeza; porém, o Senhor falou com ele, que o ouviu e o entendeu: foi, sem dúvida, uma grande alegria para Noé, pois não tinha ouvido sua voz por um ano ou mais, pelo menos é o que lemos. [Gill]
Comentário de Genebra
Noé manifesta a sua obediência, na medida em que não deixaria a arca sem o mandamento expresso de Deus, assim como não entrou sem o mesmo: a arca é uma figura da Igreja, na qual nada deve ser feito fora da palavra de Deus. [Genebra]
Comentário de João Calvino
vão pela terra, e frutifiquem, e multipliquem-se. Com essas palavras, o SENHOR animava a espírito de Noé e o inspirava com confiança que uma semente havia sido preservada na arca, a qual aumentaria até encher toda a terra. Em suma, a renovação da Terra é prometida a Noé; para que saiba que o próprio mundo estava abrigado na arca, e que a solidão e devastação, diante da qual seu coração poderia desfalecer, não seriam perpétuas. [Calvino]
Então Noé saiu. Em obediência à ordem divina (Gênesis 8:15-17).
espécies (“famílias” em algumas traduções). Alguns sugerem que os animais procriaram no tempo que estiveram na arca. Mas é difícil afirmar.
Comentário de Robert Jamieson
E edificou Noé um altar. No original hebraico, “um lugar alto” – provavelmente um monte de terra, sobre o qual um sacrifício foi oferecido. Há algo extremamente belo e interessante de saber que o primeiro passo do devoto patriarca foi agradecer pelo sinal de misericórdia e bondade que ele e sua família haviam experimentado. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de Robert Jamieson
E percebeu o SENHOR cheiro suave. O sacrifício oferecido por um homem reto como Noé, na fé, era aceitável como o incenso mais perfumado.
o SENHOR disse em seu coração. Assim como “jurei que as águas de Noé não mais passaria sobre a terra” (Isaías 54:9).
por causa. Isto é, “porque o intento do coração do ser humano é mau”; em vez de causar outro dilúvio, eu os pouparei – para desfrutar das bençãos da graça, através de um Salvador. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de Robert Jamieson
Enquanto a terra durar. A consumação (2Pedro 3:7) não frustra uma promessa que só é válida durante a continuidade desse sistema. Não haverá inundação entre este e aquele dia, quando a terra será queimada (Chalmers). [Jamieson; Fausset; Brown]
Introdução à Gênesis 8
O último capítulo terminou com a melancólica imagem do mundo destruído, e da Igreja colocada dentro de limites muito estreitos. Gênesis 8 se abre com um relato das renovações da misericórdia, na restauração do primeiro e no alargamento das fronteiros da segundo. As fontes do grande abismo, que foram abertas, são trancadas; as janelas do céu, para o derramamento da chuva, são fechadas; toda a terra recupera sua vegetação; e Noé e sua família são tirados da arca, depois de terem permanecido nela pelo espaço de um ano e dez dias. Noé ergue um altar, e oferece sacrifícios. Deus aceita a oferta, e promete nunca mais inundar o mundo, e que as estações do ano terão suas semanas determinadas, enquanto a terra permanecer.
Visão geral do Gênesis
Em Gênesis 1-11, “Deus cria um mundo bom e dá instruções aos humanos para que possam governar esse mundo, mas eles cedem às forças do mal e estragam tudo” (BibleProject). (8 minutos)
Em Gênesis 12-50, “Deus promete abençoar a humanidade rebelde através da família de Abraão, apesar das suas falhas constantes e insensatez” (BibleProject). (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro do Gênesis.
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