João 11:27

Disse-lhe ela: Sim, Senhor; já cri que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que viria ao mundo.

Comentário de F. L. Godet

Ver nesta confissão de Marta, como alguns fizeram, apenas uma simples confissão de falta de entendimento com referência às palavras precedentes de Jesus: “Não compreendo todas estas coisas profundas de que me falas, mas considera-te o Messias”, é estranhamente depreciar seu significado. Esse significado daria a essa cena de tão grave importância um caráter quase ridículo. Com sua resposta: Sim, Senhor, Marta certamente se apropria de tudo o que Jesus acaba de afirmar respeitar a sua pessoa, só que não se sente em condições de formular espontaneamente a sua fé nas coisas que lhe são tão novas, e usa termos que lhe são familiares para exprimir o pensamento de que Jesus é para ela tudo o que há de maior, e que, o que quer que Ele afirme a respeito de Sua pessoa, Ele nunca dirá demais da fé daquele que fala com Ele. O Cristo: o fim das revelações e dispensações teocráticas; o Filho de Deus: evidentemente algo mais do que o Cristo, a menos que haja aqui uma tautologia ociosa: o personagem em quem Deus se manifesta como em nenhum outro, e que está em uma relação íntima e misteriosa com Deus. A expressão: quem vem ao mundo, não é um terceiro título, mas uma aposição explicativa dos outros dois. O particípio presente ἐρχόμενος, que vem, é o presente da ideia: aquele que, de acordo com a promessa divina, deveria vir, e de fato vem. O mundo: o teatro previsto de sua atividade messiânica. Há uma grande verdade psicológica nesta resposta de Marta: ao designá-lo assim, ela implicitamente reconhece que Ele é de fato tudo o que disse: a ressurreição e a vida. — ᾿Εγώ: Eu a quem você está questionando; πεπίστευκα (perfeito): esta é uma convicção que ganhei. [Godet, aguardando revisão]

< João 11:26 João 11:28 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.